De uma forma geral, as pessoas relacionam diabetes ao aumento de açúcar no corpo. E faz sentido. Mas o açúcar refinado não é o único vilão. O alimento que você come se transforma em glicose (açúcar), a grande fonte de energia do organismo, que serve de alimento às células. Só que para isso, é preciso que um hormônio chamado insulina, produzido pelo pâncreas, atue como uma "chave" permitindo a entrada desse açúcar nas células. Quando não há produção de insulina em níveis suficientes, ou quando esse hormônio não consegue cumprir a função corretamente, a glicose não vai para as células e fica acumulada no sangue, num quadro chamado de hiperglicemia.
Há dois tipos de diabetes. O tipo 1 é menos comum e diagnosticado principalmente na infância e adolescência. As células do pâncreas, que produzem a insulina, são atacadas por anticorpos do organismo. Resultado: o corpo não produz insulina suficiente para aproveitar a glicose, que fica acumulada no sangue. Neste caso, os sintomas aparecem mais rapidamente.
"Geralmente crianças, adolescentes e adultos jovens com diabetes tipo 1 são pessoas magras, que não têm problema com sobrepeso (podem vir a ter, mas não é a única causa)", quem explica é o doutor Luis Eduardo Calliari, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e diretor da SBD.
Calliari explica o principal sintoma: "O paciente não tem nenhum tipo de doença crônica, mas de repente começa a urinar muito, perder muita água, e, quando vai investigar, está com glicemia acima de 200 mg/dl (miligramas por decilitro) de glicose". Como referência, a taxa de glicemia em um organismo saudável é inferior a 99 mg/dL.
O tipo 2 é o mais comum e está relacionado não apenas à falta de insulina. Em muitos casos, o pâncreas consegue produzir este hormônio, mas sua ação fica comprometida porque há uma resistência a ele, o que causa acúmulo de glicose no sangue. Neste tipo, os sintomas podem demorar mais para aparecer.
Veja abaixo as diferenças entre os tipos 1 e 2 (1):