"Essa evolução trouxe, por exemplo, o desenvolvimento de drogas que conseguem bloquear as moléculas que estão alteradas. Dependendo do perfil molecular, é possível escolher a medicação correta que bloqueará onde se encontra a vulnerabilidade do câncer. Isso dará maior eficácia ao tratamento e menor toxicidade", diz William Nassib William Júnior, Diretor Médico de Oncologia Clínica e Hematologia do Centro de Oncologia e Hematologia da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Outra inovação importante é a dos testes genéticos. "Um deles, chamado de germinativo, identifica as alterações genética que as pessoas herdaram de seus pais com potencial de transmissão aos filhos. Com o teste, é possível escolher um tratamento mais adequado, dependendo do tipo de câncer", relata Dr. William. O outro tipo de teste avalia as alterações genéticas do DNA que só aconteceram no tumor, sem terem sido herdadas. "A depender dessas alterações, é possível encontrar qual é a molécula que faz o câncer funcionar e a medicação mais adequada", completa o oncologista.
A imunoterapia dos pacientes também fez progressos significativos, como conta o Dr. Diogo Bastos: "Ela trouxe a possibilidade do aumento de chance de cura de alguns tipos de câncer. Antigamente, tínhamos basicamente a quimioterapia e algumas formas de bloqueio hormonal. Hoje, há um aumento expressivo na complexidade de tratamento. Isso acontece porque existe um entendimento melhor sobre a doença e pesquisas que definiram tratamentos mais específicos". Esse desenvolvimento trouxe uma classe de medicação que age de uma maneira diferente da que tínhamos. "Ela aumenta o sistema imunológico do paciente e faz com que ele reconheça e combata melhor o tumor", afirma Dr. William.