"Fiquei três anos e meio em remissão e, aos 32 anos, a doença voltou em forma de metástase e passou a ter um propósito paliativo. Naquele momento, comecei a fazer várias reflexões, dentre elas, a de que mesmo tendo uma doença grave que ameaçava minha vida, eu não poderia ser descartada apenas porque não havia uma chance de cura. Foi aí que decidi pesquisar sobre cuidados paliativos", conta.
Ana acabou conhecendo a Dra. Ana Claudia Arantes, da Casa do Cuidar, especializada em cuidados paliativos. Ela a ajudou a entender e estudar como o suporte poderia ser agregado a seu tratamento oncológico. "Passei a perceber que muitos pacientes tinham medo de falar de morte e até sofriam mais porque não sabiam como lidar com essa questão, tanto com pessoas próximas, como com médicos e com a sociedade. Quando o paciente tem noção do que tem, ganha uma lucidez de não perder a esperança, mas também de manter seus pés no chão" revela.
Ana não só abraçou o conceito em causa própria, como atua na Casa Paliativa, um espaço de convivência dedicado a pacientes com doenças graves. A jornalista, que está no estágio quatro de seu câncer, afirma estar bem. "Tenho acompanhamento clínico multidisciplinar, de médicos e terapeutas, que me ajudam muito a manter minha qualidade de vida e o sentido em minha vida", conclui a autora dos livros Enquanto eu Respirar, apresentado no TEDxSão Paulo organizado pela Janssen, e Vida Inteira.
Ela tem também um perfil sobre paliativismo no Instagram.