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Este conteúdo é uma produção do UOL Content_Lab para Sanofi e não faz parte do conteúdo jornalístico do UOL. Publicado em Maio de 2023

Além do vírus

Com o inverno se aproximando, descubra os impactos que o vírus da Influenza pode causar

oferecido por Selo Publieditorial

Quando se fala em gripe, o senso comum é pensar em apenas resfriados que passam depois de alguns dias. Mas, diante dos números, o sinal de alerta acende. De acordo com dados do Ministério da Saúde, de 2021 para 2022, o número de óbitos causados no Brasil pela Influenza - popularmente conhecido como vírus da gripe - saltou 135%, passando de 573 para 1.348 (1,2).

Além disso, com a chegada da temporada de temperaturas mais baixas no país, os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) fazem uma curva em sentido oposto, com tendência de crescimento. Entre os agentes causadores da enfermidade, está justamente o vírus da Influenza (3).

Neste cenário, as pessoas com mais de 60 anos são as que mais adoecem com gravidade, ainda segundo o Ministério da Saúde. Em 2022, 44,2% dos casos de SRAG por Influenza foram registrados nesta faixa etária (1). A Organização Mundial da Saúde aponta, por sua vez, que todos os anos de 3 a 5 milhões de pessoas no planeta desenvolvem casos graves de gripe, sendo que os idosos são o grupo com o maior nível de óbitos em razão da doença em países industrializados (4).

A justificativa para essa vulnerabilidade é fisiológica: o avanço da idade faz com que o sistema de defesa do corpo humano, naturalmente, comece a apresentar uma diminuição de suas funções, especialmente quando se trata de doenças infecciosas. O nome desse processo é Imunossenescência (5).

Entenda a Imunossenescência

A imunossenescência é o envelhecimento gradual dos mecanismos de defesa do corpo, que está associado ao progressivo declínio da função imunológica com o passar dos anos. A consequência deste declínio é o aumento da suscetibilidade a infecções - a gripe, por exemplo -, doenças autoimunes e câncer (6).

"A imunossenecência age como uma deterioração dos sistemas de defesa do corpo, o que é comum em pacientes de idade avançada. No caso da gripe, a vacina vem justamente para fortalecer essa defesa", explica o médico pneumologista Clystenes Soares, professor de Pneumologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

A OMS define a vacina contra a Influenza como "a forma mais efetiva de prevenir a enfermidade". Além disso, a entidade ressalta que os imunizantes são utilizados com segurança há mais de 60 anos (4).

Corroborando esta ideia, o infectologista Guido Levi destaca que o ritual da vacina deve ser cumprido anualmente. "A cada ano, a vacina é renovada de acordo com os vírus que são apontados como os mais perigosos naquele período. Por isso é fundamental tomar a vacina todo ano", diz ele, que é membro da Comissão Permanente de Assessoramento em Imunizações (CPAI) da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo.

Proteção pela vacina

"Não há de se temer vacina. Tomar a vacina é como comprar um seguro. Você diminui o risco de agravamento, se protegendo de complicações totalmente evitáveis. E isso é essencial para o idoso, por causa da imunossenescência. Um idoso muitas vezes traz três, quatro doenças associadas, e a gripe pode descompensar tudo, como um diabetes que esteja controlado, por exemplo", alerta Clystenes Soares.

Entre 2012 e 2021, o número de idosos no país aumentou quase 40%, passando de 11,3% para 14,7% do total populacional, de acordo com a PNAD 2021 do IBGE (8). Isso significa que há mais de 31 milhões de pessoas no Brasil que já passaram dos 60 anos.

Cada um desses milhões de idosos faz parte do público-alvo da 25ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza, capitaneada pelo Ministério da Saúde, que já está em andamento e vai até 31 de maio de 2023 (1).

A relevância da população idosa se prova em números: este grupo representa 38% do público que a Campanha visa imunizar, entre profissionais de saúde, gestantes e pessoas com comorbidades, dentre outros grupos (1).

"É comum imaginar que uma gripe causa somente tosse, dor de cabeça e uma febrícula. Pode ser só isso? Pode. Mas também pode ser muito mais, pois um paciente gripado aumenta seu risco de sofrer um infarto do miocárdio, um acidente vascular cerebral (AVC) ou desenvolver doenças pulmonares, como asma ou enfisema", pontua o pneumologista Clystenes Soares.

É um efeito dominó. Por exemplo: a pessoa contrai a gripe. Se agravar, ela pode desenvolver uma pneumonia causada pelo próprio vírus ou por uma bactéria, o que é mais comum. Isso pode levar a um comprometimento crônico das funções pulmonares. Por outro caminho, pode também comprometer as funções hepáticas ou renais. E o risco é sempre maior para o idoso, pois já tem seu sistema imunológico fragilizado.

Dr. Clystenes Soares, médico pneumologista

Quais são as vacinas da gripe disponíveis no Brasil hoje

Como mencionou o Dr. Clystenes Soares, a cada ano, a vacina da gripe é renovada de acordo com os vírus que são apontados como os mais perigosos naquele período. Em 2023, há três tipos de vacinas disponíveis: a vacina trivalente dose padrão, vacina quadrivalente dose padrão e a vacina quadrivalente de alta dose (19).

Impactos para além do corpo

"O principal meio de prevenção à gripe é a vacina. Ela reduz a transmissão, as manifestações clínicas da doença, os agravamentos, a procura pelos serviços médicos, as internações, a morbidade, a mortalidade, e, por fim, os custos do sistema de saúde", resume Francisco Bonasser Filho, infectologista que atua há mais de uma década na área de imunizações e é um dos supervisores de equipe do Pronto Socorro do Instituto Emílio Ribas (SP).

Uma pesquisa realizada no Brasil pela Origin Health mostra que a gripe, para além do estado de saúde de cada pessoa enferma, causa um enorme impacto econômico na sociedade. De acordo com este levantamento, o país registra anualmente cerca de 15 milhões de casos de influenza, o que gerava, em 2019, um custo de R$ 5,6 bilhões (23).

Este montante é composto não apenas pelos custos médicos, mas também pelos custos indiretos referentes à perda de produtividade e aos anos de vida perdidos de indivíduos acometidos pela doença. Com um detalhe, o estudo apontou que o grupo das pessoas acima de 65 anos foi o que gerou mais custos relacionados à gripe: R$ 1,6 bilhão naquele ano (23).

Uma outra pesquisa mostra que em países de renda baixa e média, os impactos econômicos de uma epidemia de gripe podem chegar até 5% do PIB (24).

Em seu informe técnico sobre a vacinação contra a Influenza, o Ministério da Saúde também destaca que a imunização é bem mais que uma proteção para o corpo. Se, por um lado, a vacina diminui a carga viral numa eventual contaminação e reduz os sintomas nos grupos prioritários da campanha, reduz igualmente a sobrecarga nos serviços de saúde (1).

Levantando esta bandeira, o infectologista Guido Levi argumenta que a vacina se configura, numa visão mais ampla, como uma ação voltada para a coletividade, porque ajuda a sociedade como um todo.

Os custos que a doença traz, por exemplo, à rede de saúde pública, são muito mais elevados do que os custos de uma grande campanha de imunização. A vacina não é despesa. A vacina é um investimento que vai gerar economia lá na frente. E uma proteção necessária para todos nós.

Guido Levi , infectologista

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