Março é o mês de conscientização do mieloma múltiplo e traz um convite para ficar mais alerta: os sintomas podem ser facilmente confundidos com outras complicações e retardar a descoberta da doença. Especialistas explicam que é o segundo câncer mais frequente no mundo entre os hematológicos, que são aqueles relacionados ao sangue, e afeta sete a cada cem mil pessoas. Quanto antes detectado, melhores poderão ser as opções de tratamento para controlar e conviver com a doença com qualidade de vida.
"O mieloma múltiplo atinge células da medula óssea chamadas plasmócitos, que têm função de produzir anticorpos que atuam no sistema de defesa", explica o hematologista Ângelo Maiolino, professor de Hematologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro e diretor da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular.
Para entender melhor em que lugar do corpo se manifesta, os médicos detalham: dentro dos ossos do nosso corpo há um tecido líquido-gelatinoso que é a medula óssea, conhecida popularmente como tutano. Ela funciona como uma verdadeira fábrica de sangue e produz, entre outras células, os plasmócitos.
No mieloma múltiplo, é como se essa célula fosse doente porque não exerce as suas funções de forma adequada. "Há um aumento anormal e progressivo da produção de plasmócitos, ou seja, eles vão se acumulando e comprometendo a medula óssea", afirma a hematologista Vânia Hungria, professora de Hematologia da Santa Casa de São Paulo e cofundadora da International Myeloma Foundation (IMF) Latin America. As causas, segundo os especialistas, ainda não são bem definidas.