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Este conteúdo é uma produção do UOL Content_Lab para Takeda e não faz parte do conteúdo jornalístico do UOL. Publicado em novembro de 2022

Conheça a dengue

A infectologista Rosana Richtmann responde as principais dúvidas para você se proteger contra a dengue

oferecido por Selo Publieditorial UOL

O número de casos de dengue cresceu mais de 180% até outubro deste ano em comparação ao mesmo período de 2021, diz o Ministério da Saúde (1). Campanhas de prevenção e conscientização sobre a doença acabaram interrompidas durante a pandemia de Covid-19 e especialistas alertam para um provável surto nos próximos meses - especialmente com a chegada do verão e das chuvas.

A jornalista Renata Veneri conversou com a infectologista Rosana Richtmann, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, para trazer informações sobre transmissão, causas, sintomas, diagnósticos, tratamentos e formas de prevenção da dengue.

Acompanhe a entrevista

Campanhas de prevenção e de conscientização da doença acabaram interrompidas durante a pandemia de COVID-19 e especialistas alertam para um provável surto nos próximos meses - especialmente com a chegada do verão e das chuvas. A médica infectologista Dra. Rosana Richtmann, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, lembra que o número de mortes no Brasil, de janeiro até agora, já é maior do que o registrado em 2019, antes da pandemia, e que é provável que 2022 tenha recorde de mortes pela doença.

Segundo uma pesquisa inédita divulgada no começo do ano pelo Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), a pedido da biofarmacêutica Takeda e com coordenação científica da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI)2, da qual a médica faz parte, ainda há muito desconhecimento dos brasileiros sobre a dengue, como formas de transmissão, sintomas, tratamentos e prevenção, o que prejudica o combate ao mosquito e ao vírus.

"31% das pessoas entrevistadas disseram achar que a dengue sumiu durante a pandemia de COVID, mas o que sumiu foi a comunicação sobre a dengue. O mosquito não vai embora, o vírus não vai embora. É por isso que precisamos de informação e de relatos de quem teve dengue. Existe uma coisa que se chama 'percepção de risco': se eu não conheço, se não estou vendo, para mim não vai acontecer. Se não acho que vai acontecer, não estou tão preocupada em fazer a minha parte", explica a infectologista.

A supervisora de experiências Thayline Rezende, carioca que mora em Bonito, no Mato Grosso do Sul, teve dengue no mês passado. Ela conta que sempre ouviu falar da doença, mas admite que parecia algo distante. "De repente comecei a sentir um cansaço absurdo, mas achei que fosse do trabalho. No fim do dia estava com dores de cabeça, no corpo, nas articulações; até mexer o dedo doía. Pensei: 'preciso ver o que é isso', mas acabei deixando para o dia seguinte. Trabalhei com dificuldade o dia inteiro, muito cansada, com dor, febre, e aí percebi que tinha algo errado. Fui ao médico e testei positivo para a dengue. Era uma dor muito esquisita, tudo incomodava. Eu nunca tinha sentido nada parecido".

O relato da Thayline é o retrato perfeito de como a dengue se manifesta, explica Rosana Richtmann: "A dengue tem essa característica do 'de repente'. É a primeira palavra importante! Os sintomas aparecem todos ao mesmo tempo e a marca dessa doença é a febre, em geral febre alta e de início abrupto". Segundo a médica, é fundamental que os profissionais da saúde ouçam os pacientes e conversem claramente sobre os sintomas.

"A Thayline não falou de espirro, tosse, coriza, não trouxe nenhum relato de sintomas respiratórios. Por aí a gente já consegue descartar um quadro gripal, por exemplo", conclui. Outros sintomas comuns da dengue são indisposições gástricas e intestinais, náuseas, vômitos, falta de apetite, cansaço extremo, manchas vermelhas na pele e dores nos olhos, nos ossos e nas articulações. "Fiquei dias sem conseguir comer e só conseguia ingerir água, água de coco, isotônico e frutas. Mesmo depois que a febre baixou eu continuei assim por alguns dias", conta Thayline Rezende.

Dengue clássica x dengue hemorrágica

Os sintomas relatados pela carioca se referem à dengue clássica. Na dengue hemorrágica o quadro todo se agrava e é preciso atentar para os seguintes sintomas: dificuldade para respirar, perda de consciência, confusão mental, agitação, insônia, vômitos intensos, dores abdominais agudas e contínuas, boca seca e muita sede, batimento cardíaco fraco, pele pálida, fria e úmida e sangramento na boca, nas gengivas e no nariz3. Rosana Richtmann, médica do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, faz mais um alerta importante:

"Os sintomas da dengue clássica são os que as pessoas têm no início da doença. A gente não começa com os sintomas da dengue hemorrágica, começa com os da clássica. Quando chega lá pelo quarto, quinto dia, e a febre começa a baixar, precisamos estar muito atentos. Se tiver qualquer um dos sinais da dengue hemorrágica é preciso voltar imediatamente ao serviço de saúde". A infectologista lembra que apesar da gravidade da dengue hemorrágica, muitas das mortes ocorrem pela falta de atendimento certo e na hora certa. "Com os cuidados médicos adequados a chance de sobreviver é enorme, o que não pode é negligenciar esse momento crítico", diz.

Dengue clássica, dengue hemorrágica... O que determina uma ou outra forma da doença?

Segundo a infectologista Rosana Richtmann, todos nós somos suscetíveis a ter dengue pelo menos uma vez na vida - ou até mesmo quatro vezes, já que existem quatro sorotipos diferentes do vírus. "Temos os sorotipos 1, 2, 3 e 4 que podem circular ao mesmo tempo, o que é um sinal enorme de alerta. Isso significa que a mesma pessoa pode ter dengue mais de uma vez naquela mesma temporada. Do ponto de vista clínico, eu só consigo saber o sorotipo a partir de um teste de PCR, para ver a genética do vírus da dengue".

A médica explica que o sorotipo 2 costuma estar associado a quadros clínicos mais graves, em especial no segundo episódio de dengue. De qualquer forma, reforça, não é possível afirmar que quem tiver dengue mais de uma vez, necessariamente, irá evoluir para um quadro grave da doença. Rosana Richtmann lembra que, apesar de todos estarmos suscetíveis à dengue, pessoas com asma, diabetes, hipertensão e outras comorbidades podem sofrer mais com o contágio, já que o vírus pode interferir nessas doenças de base.

Combate ao mosquito

O mosquito Aedes aegypti é originário da África e tem como tradução "o odioso do Egito". A transmissão se dá pela picada da fêmea, que precisa estar infectada para contaminar uma pessoa. O controle da dengue passa, obrigatoriamente, pelo controle do mosquito e de sua capacidade de se reproduzir4. Quanto maior a desinformação e a concentração de pessoas e quanto pior forem as condições sanitárias, sociais e ambientais de uma região, maiores as chances de o mosquito disseminar a dengue.

"Precisamos entender o ciclo da doença. Saber que a fêmea põe ovos que podem durar até um ano no ressecamento e que bastam alguns poucos centímetros de água acumulada para eclodir larvas e mosquitos. A limpeza periódica já resolve isso. O Aedes aegypti não vive longe, voa baixo, tem hábitos mais diurnos, gosta de colocar ovos na sombra e costuma se manter em lugares próximos", explica a médica. Para ela, informação e ações efetivas de combate ao vetor são fundamentais.

"Eu faço um trabalho na Amazônia e o que vejo é fantástico: quando você leva informação de forma que eles compreendam, eles cuidam de tudo, aquilo é a casa deles. Eles não querem fazer nada que seja ruim para o planeta e para eles. Estamos vendo a dengue no Rio Grande do Sul, no Texas, na Flórida, em locais onde o mosquito nunca esteve. Isso tem relação direta com as alterações climáticas que estão acontecendo no globo. Tudo está interligado", completa.

Informação, ação e conscientização

Ações sociais são essenciais para trazer luz e ação aos desafios de um planeta em transformação. Pensando nisso, a biofarmacêutica Takeda acaba de firmar um acordo com o UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) para promover conhecimento sobre água, saneamento e higiene com o propósito de prevenir doenças de veiculação hídrica e transmitidas por vetores como mosquitos na região da Amazônia Legal e no Semiárido brasileiro. A ideia é mobilizar e sensibilizar aproximadamente 50 mil jovens e de capacitar cerca de 4 mil gestores, professores e profissionais da educação nas esferas nacional, estadual e municipal para atender as demandas dessas regiões.

Diversos trabalhos correlacionam aspectos ligados à incidência de epidemias à falta de saneamento, tendo em vista que os serviços de saneamento inadequados podem ser determinantemente importantes, por exemplo, para maior incidência de casos de diarreias e arboviroses - como Dengue, Zika, Chikungunya e Febre Amarela - em áreas endêmicas. "Ações sociais são fundamentais. Muitas vezes a população faz e age de certa forma porque não sabe e/ou porque não tem condições de fazer diferente", lembra a infectologista Rosana Richtmann.

Quanto mais informação e envolvimento, mais a gente consegue combater o mosquito. A Thayline Rezende, que não quer de jeito nenhum enfrentar a dengue novamente, diz que ficou muito mais atenta depois de ter sido contaminada pelo vírus. "A galera viu o que aconteceu comigo e começou a se identificar. Muitos disseram que em época de chuva é assim mesmo, aumenta muito o número de casos. E aí eu perguntei: 'Mas e aí, vocês não fazem nada, um mutirão, não se atentam para a prevenção?' Fiquei meio assustada com isso e já começamos a agir onde trabalho".

Dia Nacional de Combate à Dengue

O Dia Nacional de Combate à Dengue está aí com o objetivo de alertar, informar e convidar a população brasileira a participar desse movimento pela conscientização dos riscos da doença. O controle e o combate ao mosquito transmissor da dengue só serão possíveis com o envolvimento de toda a sociedade. Em tempos de disseminação de fake news precisamos estar ainda mais atentos aos riscos da desinformação e da negação à ciência.

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