Quando ele já estava entrando em seus 50 anos, a escuridão começou a clarear, apesar de alguns acontecimentos concretamente ruins: ele perdeu os pais e seu trabalho principal. Mesmo assim, andava se sentindo melhor. Havia começado a jornada ascendente do vale da curva em U.
Alguns estudos agora tentam entender melhor o funcionamento dessa curva. Parte deles acredita que, no início da vida adulta, armamos uma verdadeira arapuca de expectativas para nós mesmos. Os jovens idealizam o futuro. Suas esperanças e otimismo são altos. Lá pelos 30 e tantos, a vida fica extremamente corrida, com responsabilidades cada vez maiores. Aumentam os deveres; o tempo não aumenta. Muita gente sente que perde o controle.
No final dos 40 ou início dos 50, as pessoas vêem as linhas de tendência se invertendo. O descompasso entre expectativa e experiência diminui, as responsabilidades se assentam, tudo parece ganhar mais perspectiva. Claro que os fatos da vida e a personalidade de cada um têm muito peso nos casos individuais. Ainda assim, parece claro que o ciclo de vida também conta.
O autor Donald Richie dizia que "a crise da meia-idade começa em torno dos 40 anos, quando você olha para a sua vida e pensa: 'é só isso'? E acaba cerca de 10 anos depois, quando você olha para sua vida de novo, e pensa: 'pensando bem, é maravilhoso''". As estatísticas concordam.