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Betametasona: para que serve, quais efeitos colaterais e como usar

Uma das apresentações mais usada da betametasona é em pomada - iStock
Uma das apresentações mais usada da betametasona é em pomada Imagem: iStock

Leonardo Costas

Colaboração para VivaBem

07/02/2023 04h00

Medicamento muito eficaz contra várias doenças, inclusive graves, a betametasona é um corticoide prescrito com certa constância pelos médicos. Afinal, o fármaco possui ação anti-inflamatória, antialérgica e antirreumática.

É indicado para tratar diversos problemas que afetam pele, mucosas, glândulas, ossos, músculos ou sistema respiratório. Porém, quando usado de forma prolongada, pode provocar alguns efeitos colaterais.

Em um estudo publicado na International Journal of Molecular Sciences em junho de 2022, pesquisadores do Centro de Câncer da Universidade de Kentucky Markey, nos EUA, sugerem que a betametasona possa ser usada para reduzir os efeitos colaterais indesejados dos tratamentos de radioterapia para câncer de próstata.

A pesquisa mostra que a substância protege as células normais da próstata das lesões induzidas pelo procedimento radioterápico, enquanto as cancerosas mantêm-se suscetíveis ao tratamento.

A seguir, entenda um pouco mais sobre a ação da betametasona, que pode ser encontrada na forma de pomada, creme, loção, solução tópica, comprimido ou injetável.

Para que serve a betametasona?

É uma substância classificada farmacologicamente como glicocorticoide, classe mais conhecida como corticoides. Pode ser indicada para uma variedade de situações, sobretudo alergias, inflamações, dores e doenças autoimunes.

Dermatite, urticária, artrite reumatoide, dor ciática, bronquite, asma ou lúpus são alguns problemas que podem ser tratados com o medicamento, que alivia sintomas como prurido, vermelhidão, inflamação das articulações e patologias de vias respiratórias superiores.

Como a betametasona funciona?

Seu objetivo é controlar os sintomas com brevidade, reduzir o quadro inflamatório, proporcionar melhora da dor e controle dos efeitos dos autoanticorpos, proteína produzida pelo sistema imune que reage contra componentes do próprio organismo, provocando as doenças autoimunes.

Como usar?

  • Pomada, creme, loção ou solução tópica: deve ser aplicada na área afetada de 1 vez até, no máximo, 4 vezes por dia, conforme orientação médica. O profissional de saúde também indicará o tempo de tratamento.
  • Comprimidos: para adultos, a dose inicial pode variar entre 0,25 mg a, no máximo, 8 mg por dia. Já nas crianças, a variação pode ser de 0,017 mg a 0,25 mg por kg de peso corporal, de acordo com recomendação médica.
  • Injetável: a prescrição deve ser individual, de acordo com a doença a ser tratada.

Quais os efeitos colaterais da betametasona?

Há diversos efeitos colaterais relacionados ao uso da betametasona. Entre eles, estão:

  • Pressão alta;
  • Prurido;
  • Fraqueza, dor muscular e perda de massa;
  • Osteoporose;
  • Fraturas vertebrais;
  • Pancreatite;
  • Distensão abdominal;
  • Esofagite ulcerativa;
  • Sudorese;
  • Vertigem;
  • Dor de cabeça;
  • Irregularidades menstruais;
  • Desenvolvimento de Síndrome de Cushing (doença caracterizada pela elevada concentração de cortisol);
  • Manifestações clínicas de diabetes com aumento das necessidades diárias de insulina ou agentes hipoglicemiantes orais.

Apesar de existirem vários efeitos adversos relacionados com o uso da betametasona, essas reações podem ser revertidas apenas com a alteração da dose ou suspensão do tratamento, fatores que devem ser orientados pelo médico.

Para quem a betametasona é contraindicada?

Para pacientes com infecções sistêmicas por fungos e que tenham alergia a própria betametasona ou a outro componente da medicação. Em virtude da possibilidade dos efeitos colaterais variados, há ainda situações clínicas individuais nas quais o médico deve ponderar se os riscos para o uso do remédio superam os seus benefícios.

Seu uso prolongado pode ser prejudicial?

É um medicamento que necessita de indicações precisas e controle adequado da dose e do tempo de uso para que não se desenvolvam os efeitos colaterais já mencionados. Cada médico que o prescreve é especialista na patologia envolvida e deve programar o seu uso de uma forma individual e com o tempo adequado para cada doença, mas é recomendado que não ultrapasse 14 dias.

A betametasona pode ser ingerida em conjunto com outros medicamentos?

Pode, mas por ser um remédio de efeitos sistêmicos, tem como característica interferências em várias outras categorias de medicamentos. Ao prescrever, o médico deve ter conhecimento destas interações medicamentosas.

Quais especialistas podem prescrever a betametasona?

Qualquer médico que tenha conhecimento da indicação e mecanismo de ação do medicamento.

Fontes

Rodrigo Furtado, médico intensivista e médico do esporte do Hospital Promater de Natal (RN); Mayra Gabriela Bento Teixeira, coordenadora de farmácia do Hospital Albert Sabin de São Paulo; e Danilo Tomano, endocrinologista do Hospital Samaritano Higienópolis de São Paulo.