Blefaroplastia: como funciona e quem pode fazer cirurgia na área dos olhos?
A blefaroplastia, uma cirurgia de pequeno porte, tem como objetivo a remoção do excesso de pele e gordura nas pálpebras para melhorar a aparência e, em alguns casos, o campo de visão de pacientes.
Segundo a ISAPS (Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética), a popularidade do procedimento vem crescendo: entre 2019 e 2020, o número de blefaroplastias registrou um notável aumento de 50%.
Mas para quem a cirurgia é realmente indicada e por quanto tempo seus efeitos duram? Abaixo, com a ajuda de especialistas, respondemos algumas das principais dúvidas sobre o procedimento.
Quem é um bom candidato para a blefaroplastia?
A cirurgia é benéfica para quem apresenta excesso de pele nas pálpebras, incluindo bolsas palpebrais, e experimenta dificuldades na visão devido a essa sobra.
Não há uma idade específica considerada ideal para o procedimento, mas sim um momento oportuno.
Para decidir pela cirurgia, avalia-se a necessidade de cada paciente e suas condições de saúde, que devem ser checadas por exames pré-operatórios, a fim de garantir o sucesso e a segurança do procedimento.
Além de motivos estéticos, quais as indicações médicas para blefaroplastia?
Além da questão estética, que pode afetar a autoestima de quem sofre com excesso de pele na região dos olhos, a perda de firmeza no rosto pode ter implicações na saúde ocular, como limitação da visão lateral e restrição do campo visual, afetando atividades diárias.
A cirurgia também é indicada para condições médicas específicas, como a ptose palpebral. O quadro é caracterizado pela queda anormal da pálpebra superior devido a comprometimentos no músculo elevador. Isso afeta a visão e causa fadiga ocular, podendo dificultar as atividades diárias.
Quando a blefaroplastia é realizada para tratar a ptose palpebral, o objetivo principal é corrigir a posição da pálpebra superior para restaurar uma função visual adequada e aliviar os sintomas.
Quais são os riscos associados à blefaroplastia?
Os riscos associados à blefaroplastia são semelhantes aos de outras intervenções cirúrgicas de pequeno porte. Isso inclui possíveis complicações como infecção, hemorragia, reações adversas à anestesia e problemas de cicatrização.
Vale ressaltar que embora esses riscos sejam possíveis, a incidência é geralmente baixa, especialmente quando a cirurgia é realizada por um profissional qualificado em um ambiente adequado. A escolha de um cirurgião habilitado e o diálogo aberto com ele antes do procedimento é crucial para compreender e minimizar esses riscos.
Como é o processo pré-operatório da blefaroplastia?
O processo pré-operatório da blefaroplastia exige uma avaliação médica detalhada, na qual o cirurgião plástico analisa a história clínica do paciente e realiza um exame físico abrangente. Durante essa etapa, as expectativas individuais são discutidas, buscando alinhá-las com a realidade do procedimento.
Na consulta pré-operatória, o cirurgião plástico solicitará os exames necessários, fornecendo instruções detalhadas sobre o preparo pré-cirúrgico, incluindo restrições alimentares e o uso de medicamentos.
Como é a cirurgia de blefaroplastia em si?
A cirurgia envolve a administração de anestesia local com sedação, sob os cuidados de um anestesista. Com uma duração média de aproximadamente 1 hora e 30 minutos, o procedimento utiliza diversas técnicas para aprimorar a aparência da região ocular.
Os métodos usados pelo cirurgião incluem a remoção do excesso de pele, o tratamento da musculatura e a abordagem do tarso e das bolsas palpebrais.
Como é o pós-operatório da blefaroplastia?
O pós-operatório da blefaroplastia geralmente envolve uma recuperação de cinco a dez dias que, em sua maioria, é indolor. Durante esse período, é importante seguir cuidados específicos para garantir uma recuperação completa.
O paciente deve evitar atividades físicas intensas e usar óculos escuros para proteger os olhos contra a luz solar. Se houver inchaço, aplicações de compressas frias podem ajudar a reduzir o incômodo na área.
A aplicação de pomadas ou colírios, se recomendada, também é parte essencial dos cuidados pós-operatórios para otimizar a cicatrização.
Quais são as potenciais complicações durante o pós-operatório?
Durante o pós-operatório da blefaroplastia, embora seja geralmente um processo seguro, algumas complicações potenciais podem surgir.
Entre elas, o hematoma, caracterizado pelo acúmulo de sangue sob a pele, a roxidão prolongada e o edema persistente são preocupações possíveis. O ectropium, uma condição na qual a pálpebra vira para fora, também é uma complicação que pode ocorrer.
Outra possibilidade é o surgimento de infecções, por isso é necessário seguir rigorosamente as práticas de higiene e cuidados pós-operatórios. A cicatrização anormal, incluindo queloide e cicatrizes alargadas, é uma preocupação, sendo essencial seguir as orientações do cirurgião para minimizar esses riscos.
A blefaroplastia é uma solução permanente?
A blefaroplastia não pode ser considerada uma solução permanente. A durabilidade do procedimento varia de pessoa para pessoa, mas, em média, os efeitos podem ser mantidos por cerca de dez anos.
Enquanto a blefaroplastia oferece resultados mais duradouros em comparação com outras abordagens não cirúrgicas, como o envelhecimento é um processo contínuo, a possibilidade de um novo procedimento no futuro não pode ser descartada.
Recomenda-se, muitas vezes, associar procedimentos estéticos não cirúrgicos para a manutenção dos resultados ao longo do tempo.
Quando os resultados finais podem ser esperados?
Toda cirurgia necessita de recuperação e cuidados, e a resposta do organismo de cada indivíduo varia. Em média, espera-se que o resultado final da blefaroplastia possa ser percebido dentro de um período de três a seis meses.
Fonte: Humberto Campos, cirurgião plástico e professor titular da Escola Bahiana de Medicina; Fabiano Calixto Fortes de Arruda, cirurgião plástico e presidente da SBCP-GO (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica - Regional Goiás); Pedro Ruiz, oftalmologista e especialista em blefaroplastia formado pela FARMEP (Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto) e idealizador do Instituto Pedro Ruiz.
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