Chá de canela-de-velho é anti-inflamatório e pode ajudar quem tem artrite
Você já ouviu falar em Miconia albicans? É possível que não, mas provavelmente já teve algum tipo contato com ela na sua vida, afinal este é o nome científico da popularmente conhecida canela-de-velho, planta que traz benefícios à saúde. Também chamada de maria-branca, lacre-branco e folha-branca, a erva é encontrada em regiões tropicais e pode atingir cerca de 3 metros de altura.
Ela pode ser encontrada em forma de chá, pomadas, óleo ou em cápsulas, e estudos já associaram a canela-de-velho a propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes, analgésicas, antimicrobianas, antidiabéticas e até a efeitos protetores mutagênicos. Mas será que ela é tão poderosa assim?
Para que serve a canela-de-velho?
As folhas da Miconia albicans costumam ser usadas em forma de chá, através da infusão, para alívio de sintomas de artrite, dores reumáticas e articulares. E esse uso faz sentido. Muitos estudos já mostraram o poder anti-inflamatório e analgésico da planta.
Uma pesquisa feita por brasileiros, por exemplo, publicada no periódico Inflammopharmacology em 2021, mostrou que a planta interfere positivamente na dor e na funcionalidade de pacientes com osteoartrite. Entretanto, poucas pessoas foram estudadas (24).
Outro estudo, também realizado por brasileiros e publicado em 2021 no periódico Journal of Ethnopharmacology, mostrou que a planta tem efeito anti-inflamatório em camundongos, além de alto potencial antioxidante.
Essas propriedades antioxidantes ajudam a neutralizar os radicais livres, o que pode retardar o envelhecimento e contribuir na eliminação das toxinas do corpo.
Há ainda um estudo, publicado no periódico Molecules em 2018, que relaciona a canela-de-velho a propriedades antidiabéticas, e outro, publicado em 2008 no periódico Mutagenesis, mostrando que plantas Miconia têm uma ação protetora das células contra os danos no DNA, reduzindo a mutagenicidade.
Quais os benefícios da pomada de canela-de-velho?
Sua versão em gel ou creme é ideal para a realização de massagens nos locais de dores provocadas por torcicolos, tendinites, torções na região dos pés, entre outros.
Para a administração, basta aplicar o produto na região desejada e massagear com movimentos suaves até que a pele absorva todo o creme.
O chá e a pomada de canela-de-velho possuem ações distintas?
A pomada está mais relacionada à ação local, aliviando dores onde é aplicada. O chá tem ação sistêmica, ou seja, todo organismo entrará em um possível contato com aquelas substâncias e, portanto, o efeito pode ser mais amplo.
Quem toma chá pode usar a pomada também?
A utilização da pomada paralelamente ao uso do chá pode sobrecarregar o organismo, já que a literatura ainda não indica limite do seu uso na forma de pomada. No caso do chá, o ideal é ingeri-lo duas vezes ao dia.
O consumo em excesso pode fazer mal?
Toda planta medicinal, se consumida em excesso, pode fazer mal. Os efeitos dependem do estado de saúde da pessoa. Por exemplo, indivíduos com insuficiência renal ou hepática podem apresentar efeitos colaterais mais severos. Não há estudos que mostrem algum efeito tóxico nas doses acima das recomendadas, no entanto, a utilização deve ser acompanhada de um profissional de saúde apto a avaliar possíveis efeitos colaterais indesejados.
Como fazer chá de canela-de-velho?
Ingredientes
- 10 a 15 gramas de folhas secas de canela-de-velho ou 1 colher (sopa) de extrato seco
- 1 xícara (chá) de água.
Modo de preparo
Ferva a água, retire do fogo e coloque as folhas secas de canela-de-velho, deixando repousar por cerca de 10 minutos. Coe antes de beber.
Canela-de-velho emagrece?
Não. A planta não apresenta nenhum componente que provoque o emagrecimento de maneira direta. O que pode ocorrer é que, por conta de suas propriedades, ela pode oferecer uma melhora no funcionamento geral do organismo, incluindo redução de inchaços corporais. Mas a perda ou ganho efetivo de peso decorrente do uso da canela-de-velho não é comprovado cientificamente.
O processo de emagrecimento está relacionado ao déficit calórico, ou seja, deve-se consumir menor quantidade de calorias do que o corpo gasta e isso se dá com uma alimentação adequada e equilibrada, com orientação do nutricionista, além de uma prática regular de atividade física.
Fonte: Mariana Almeida, nutricionista pós-graduada em fitoterapia e professora dos cursos de pós-graduação em fitoterapia da VP - Santa Casa de São Paulo; Lorena Cunha, nutricionista do Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, de Belém (PA); Fernanda de Carvalho Nunes, nutricionista da Rede de Hospitais São Camilo, de São Paulo.