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Tiamina: para que serve a vitamina B1, como consumir e sinais de sua falta

Tiamina é encontrada no feijão, nos cereais, no ovo e em outros alimentos de origem animal Imagem: iStock

Leonardo Costas

Colaboração para o VivaBem

27/03/2023 04h00

A tiamina —ou vitamina B1— é um nutriente essencial para o nosso corpo.

Encontrada em carnes, feijões e cereais, a substância está envolvida nos processos de produção energética do organismo, regula o apetite, auxilia na digestão e contribui para a manutenção das boas funções cerebrais e cardiovasculares.

A seguir, tiramos algumas dúvidas sobre essa vitamina.

Tiamina: para que serve e os sinais de sua falta

O que é e para que serve a tiamina?

Também chamada de vitamina B1, a tiamina é um micronutriente que tem papel fundamental no metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídeos, sendo necessária para a função das enzimas.

É chamada de vitamina antifadiga devido ao seu papel na produção de energia. Também é importante para:

  • o processo de digestão, pois atua na produção de ácido clorídrico (suco gástrico);
  • a memória;
  • o bom funcionamento do sistema nervoso e cardiovascular.

Quais alimentos têm vitamina B1?

A tiamina está presente em alimentos de origem animal, leguminosas, cereais e sementes oleaginosas. Veja algumas fontes do nutriente:

  • carne vermelha
  • fígado bovino
  • atum
  • carne de porco
  • iogurte
  • leite
  • gema de ovo
  • feijão
  • arroz
  • aveia
  • cevada
  • castanha-do-pará
  • avelã
  • pistache
  • milho

Qual a recomendação de ingestão diária de tiamina?

Segundo a tabela RDA (Recommended Dietary Allowance - Ingestão Dietética Recomendada), o consumo diário de tiamina indicado é:

  • 1,2 mg ao dia para homens adultos e adolescentes com 14 anos ou mais
  • 1 mg ao dia para mulheres entre 14 e 18 anos
  • 1,1 mg ao dia para mulheres com 19 anos ou mais

Confira a recomendação de vitamina B1 para outras faixas etárias:

Bebês de até 1 ano
0 a 6 meses: 0,2 mg/dia
7 a 12 meses: 0,3 mg/dia

Crianças
1 a 3 anos: 0,5 mg/dia
4 a 8 anos: 0,6 mg/dia
9 a 13 anos: 0,9 mg/dia

Gestantes e mulheres que amamentam
19 a 50 anos: 1,4 mg/dia

O que causa a falta de tiamina?

Os estoques de vitamina B1 em nosso organismo duram entre duas semanas e um mês.

A falta do nutriente pode estar relacionada com:

  • ingestão insuficiente de alimentos fontes de tiamina;
  • doenças biliares ou inflamatórias do intestino, provocadas pelo alcoolismo, envelhecimento e condições de má absorção devido a alguns tipos de câncer gastrointestinal.

Quais os sintomas da falta de vitamina B1 no organismo?

A deficiência de tiamina pode causar perda de apetite e de peso, além de comprometer funções do sistema nervoso e cardiovascular —condição chamada de beribéri.

Isso pode gerar problemas como hipertrofia do coração e alteração de batimentos cardíacos, falta de coordenação e equilíbrio e sintomas neurológicos como apatia, confusão, perda de memória recente e irritabilidade

A tiamina engorda?

Vitaminas não engordam.

No caso da tiamina, o que pode acontecer com uma pessoa que tinha déficit da substância e passa a consumi-la adequadamente é que o melhor funcionamento do organismo regula o apetite, fazendo com que o indivíduo que estava sem fome tenha suas funções metabólicas normalizadas e, consequentemente, vontade de comer.

No entanto, se a pessoa tiver uma alimentação saudável, ela não terá um ganho de peso além do saudável.

Além disso, o medo de engordar não deve fazer com que alguém deixe de consumir vitamina B1, pois a falta do nutriente pode gerar problemas no sistema nervoso e cardiovascular.

Devo me preocupar com o consumo excessivo de tiamina?

Normalmente, a intoxicação causada pelo excesso de vitaminas (hipervitaminose) ocorre ocorre devido ao consumo abusivo de suplementos vitamínicos e não por causa da alimentação.

Por isso, antes de tomar qualquer suplemento, é muito importante buscar orientação de um nutricionista.

A indicação e o tempo de uso devem ser personalizados conforme indicação de um especialista, apesar de não haver relatos de que o consumo de suplementos dentro das recomendações diárias tenha gerado efeitos adversos ou danos à saúde.

A tiamina pode provocar efeitos colaterais?

Caso o seu consumo seja muito acima do recomendado, a ponto de provocar hipervitaminose, poderá ocorrer interferência no metabolismo de outras vitaminas do complexo B, como a B12, cuja uma das funções é absorver os aminoácidos.

Alguns sintomas da hipervitaminose são: neuropatias disfunções cerebrais e cardiovasculares.

No entanto, vale reforçar que esse quadro é difícil de acontecer com uma alimentação balanceada e saudável.

Quando a suplementação de tiamina pode ser indicada?

A suplementação só é indicada quando for identificada deficiência do micronutriente, por meio de exames laboratoriais de sangue e urina, por exemplo.

Crianças, gestantes, mulheres que amamentam e idosos fazem parte de um grupo que merece mais atenção às recomendações nutricionais de ingestão da vitamina B1.

Para quem a suplementação de vitamina B1 é contraindicada?

Pessoas que não apresentam deficiência de tiamina não necessitam de suplementação dessa vitamina.

O que é cloridrato de tiamina?

É uma das principais formas de prescrição da vitamina B1.

É indicado para quadros clínicos específicos como a prevenção de beribéri (doença causada pela deficiência de tiamina, que pode comprometer a função neural e cardiovascular), síndrome de Wernicke-Korsakoff (transtorno mental causado por encefalopatia aguda e um tipo de amnésia a longo prazo), neurites e polineurites.

Quando comercializado como medicamento, seu uso está condicionado à prescrição médica.

Para quem o cloridrato de tiamina é indicado?

É destinado ao tratamento e prevenção da carência de vitamina B1 em grupos mais sensíveis à deficiência desse micronutriente, como indivíduos dependentes de álcool, idosos e pessoas com problemas crônicos de absorção intestinal.

Fonte: Analícia Belli Duarte, nutricionista fiscal do CRN-3 (Conselho Regional de Nutricionistas Regional 3 do Estado de São Paulo); Aline Ramalho, coordenadora de nutrição do Hospital da Bahia; Fabrício Pires, nutricionista dos hospitais Samaritano Barra e Vitória, da Rede Americas, no Rio de Janeiro; Shirley Alcolumbre Gonçalves Oliveira, nutricionista do Hospital Universitário Onofre Lopes, da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, vinculado à Rede Ebserh.

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