Dente podre: veja foto e 8 sintomas de que cárie virou problema grave
A cárie provoca a deterioração dos dentes, que podem ficar bastante comprometidos e "podres", evoluindo para a perda dentária. O problema é bastante comum no Brasil e no mundo devido à falta de higiene bucal e acesso ao tratamento adequado, que nem sempre é acessível.
A seguir, veja detalhes sobre as causas do dente "podre", como tratar e prevenir a situação.
Dente podre: sintomas, causas e tratamento
O que é dente "podre"?
A palavra "podre" é derivada do latim "putrem", que significa estragado ou em decomposição. Dessa forma, um dente "podre" é definido como um dente destruído ou bastante comprometido por conta de um processo avançado de cárie.
Além disso, dentes com grandes restaurações antigas, escuras, fraturadas ou pessoas com próteses dentárias que se soltaram também são considerados "podres".
Quais são as causas do dente "podre"?
A cárie ocorre quando as bactérias presentes na boca produzem um ácido que destrói o esmalte (estrutura externa protetora) do dente. Isso acontece após o acúmulo de resto de alimentos açucarados ou ricos em amido e sem a higiene bucal adequada.
Inicialmente, as bactérias desenvolvem uma camada de placa pegajosa que se acumula e começa a dissolver o esmalte dentário. Em seguida, há um desgaste da parte interna do dente e também da polpa.
Em estágios avançados, o dente fica "podre", com coloração escura e até com buracos, podendo cair, caso a pessoa não busque ajuda de um dentista. A evolução do processo da cárie tem muitas variáveis e costuma demorar semanas ou meses.
"Inicialmente, as modificações do tecido superficial dos dentes cariados somente são visíveis ao microscópio. Com o tempo, entra na fase de cavitação, ou seja, o aparecimento de um buraco ou cavidade, que se não for adequadamente tratado aumentará progressivamente, chegando o que é conhecido popularmente como dente podre", destaca Ana Paula Tanko de Vasconcellos, cirurgiã-dentista e secretária da Câmara Técnica de Dentística do Crosp (Conselho Regional de Odontologia de São Paulo).
Quais são os sintomas de dente "podre"?
O dente "podre" geralmente demora semanas para apresentar sinais.
"O desenvolvimento da cárie varia e os sintomas costumam ser mais sutis. A dor só aparece quando ela se aproxima da polpa do dente, uma área sensível. Nesse momento, o dente já está comprometido, pode dar infecção e ficar podre", destaca Fabíola Neves, cirurgiã-dentista do Hospital de Marapanim (PA) e especialista em prótese dentária.
Entre os sintomas do dente "podre", estão:
- Dor de dente intensa;
- Sensibilidade dentária;
- Desconforto ao consumir alimentos doces, quentes ou frios;
- Buracos nos dentes;
- Manchas brancas ou escuras;
- Inchaço e pus na gengiva;
- Mau hálito ou gosto desagradável na boca;
- Dentes que quebram com facilidade e caem.
Como é feito o diagnóstico do dente "podre"?
É bastante simples identificar um dente "podre". Geralmente, o cirurgião-dentista faz o diagnóstico ao examinar a boca do indivíduo e analisar a extensão da cárie e o quanto o dente está comprometido. Além disso, o profissional pode solicitar um exame radiográfico.
Quais são os tratamento de dente "podre" e cárie?
O tipo de tratamento dependerá do estágio do processo da cárie. Os dentes "podres" podem evoluir para uma infecção, o que deve ser tratado com antibióticos. Vale destacar que nem todas as infecções dentárias devem ser tratadas com esse tipo de medicamento.
Se a cárie não se espalhou para a polpa do dente, o cirurgião-dentista consegue restaurá-lo. Porém, se a polpa foi afetada, ela precisa ser removida por meio de um tratamento endodôntico, conhecido como canal. Depois, realiza-se a restauração do dente.
Quando o dente está muito comprometido, geralmente opta-se pela extração. Nesses casos, o indivíduo perde o dente, mas há a opção de colocar um implante.
"Na odontologia atual, o tratamento deve ser o mais conservador possível. Por isso, a recomendação sempre é a de preservar estruturas e atuar de forma preventiva. A extração só deve ocorrer em casos muito extremos", reforça Luís Roberto Marcondes Martins, cirurgião-dentista e professor da área de dentística da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Quais as possíveis complicações do dente "podre"?
O dente "podre", quando não é tratado adequadamente, se torna um risco para a saúde do corpo inteiro. Pode, por exemplo, causar um abscesso dentário, que é o acúmulo de pus no dente, na gengiva e no osso próximo a sua raiz.
Surgem sintomas como dores ou sensibilidade, mau hálito, inchaço e rubor na gengiva, levando muitas vezes à perda do dente.
Além disso, as bactérias das cáries podem cair na corrente sanguínea, causando uma infecção cardíaca. Em casos mais raros, provoca complicações como pneumonias, atinge o cérebro e causa infecções no órgão.
Como cuidar da higiene bucal?
A melhor forma de prevenir os dentes "podres" é realizar a higiene bucal de maneira adequada. Também é recomendado visitar o cirurgião-dentista semestralmente para fazer a profilaxia, ou seja, prevenir as cáries ou identificar o problema precocemente.
É fundamental manter uma rotina de higiene todos os dias. O ideal é escovar os dentes diariamente após cada refeição com escovas de cerdas macias e de tamanho adequado e creme dental com flúor.
A escovação deve ser complementada com o uso de fio dental e enxaguantes bucais. Isso é importante, principalmente antes de dormir, já que durante o sono a produção de saliva diminui, o que facilita a proliferação de bactérias causadoras de cárie.
De olho na alimentação
Alimentos ricos em fibras (frutas e verduras, por exemplo), além de beber bastante água ajudam na limpeza mecânica da cavidade bucal e também estimulam a salivação e hidratação da boca.
É importante evitar o consumo de refrigerantes e doces, principalmente entre as refeições, pois eles contêm ácidos e açúcares em sua composição, que prejudicam a saúde do dente e facilitam o surgimento das cáries.
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