Disfunção erétil: causas, sintomas, tratamentos e outras dúvidas
De VivaBem, em São Paulo
21/08/2020 04h00
Você sabia que a disfunção erétil acomete cerca de metade dos homens acima de 40 anos? Estimativas indicam que até 322 milhões de homens em todo o mundo serão afetados por esse problema até 2025. A expectativa é que o número piore ao longo das décadas por conta do estilo de vida ruim que estamos levando. A seguir, entenda as causas da disfunção erétil, por que o termo "impotência sexual" não é utilizado, os principais tipos de disfunção erétil e muito mais!
Tire dúvidas sobre disfunção erétil
O que é disfunção erétil?
A disfunção erétil é definida como a incapacidade de iniciar ou manter uma ereção suficiente para uma relação sexual satisfatória. O conceito é amplo e pode ocorrer por uma dificuldade ou falha no funcionamento de uma ou mais estruturas envolvidas. Embora muita gente utilize o termo "impotência sexual" para se referir ao problema, os especialistas evitam utilizá-lo por causa da conotação negativa que possui.
Qual a causa da disfunção erétil?
A disfunção erétil tem mais de um tipo e, por isso, várias causas físicas e psicológicas. Problemas cardiovasculares, metabólicos, neurológicos, hormonais, cirurgias ou uso de certos medicamentos ou substâncias são podem estar por trás do problema. Além disso, a ansiedade e o medo de falhar também. Nesse caso, fatores psicológicos têm uma consequência física: os picos de adrenalina levam à contração das estruturas que deveriam estar relaxadas para a válvula que mantém a ereção funcionar.
Qual a diferença entre disfunção erétil e impotência?
Popularmente, disfunção erétil e impotência sexual são tratadas como sinônimos, mas os especialistas evitam utilizar o termo "impotência" por causa da conotação negativa que possui.
Quais os fatores de risco para ter disfunção erétil?
- Idade: quanto maior a idade, maior a propensão à disfunção erétil.
- Problemas emocionais: depressão, ansiedade, medo de desapontar a(o) parceira(o), problemas de relacionamento e estresse têm reflexo direto no desempenho sexual.
- Abuso de álcool: a embriaguez pode gerar uma inibição tão grande que a ereção não se sustenta. Além disso, a desidratação resultante do consumo excessivo também pode atrapalhar a circulação no pênis.
- Drogas ilícitas: embora no início a sensação seja de melhora, com o tempo ou o abuso, substâncias como cocaína, maconha e drogas sintéticas tendem a prejudicar a ereção e a libido por seus efeitos no cérebro.
- Anabolizantes: o uso de esteroides em altas quantidades ou por longos períodos interfere na produção natural de testosterona.
- Medicamentos: alguns remédios podem ter problemas de ereção como efeito colateral. É o caso de certos tipos de anti-hipertensivos, antipsicóticos, ansiolíticos e antidepressivos, entre outros.
- Cirurgias: procedimentos como cirurgias para retirada da próstata, bem como a radioterapia pélvica, podem resultar em lesões nos nervos. Os riscos são variáveis, e muitas vezes o problema é apenas temporário.
- Problemas hormonais: o diabetes pode afetar a ereção por alterar o funcionamento de artérias e nervos; níveis baixos de testosterona (hipogonadismo), hiperprolactinemia e distúrbios da tireoide também podem interferir negativamente, e devem ser tratados.
- Problemas neurológicos: qualquer doença que afete o cérebro (como Alzheimer e Parkinson), a medula ou os nervos periféricos pode afetar a função erétil.
- Tabagismo: as substâncias do cigarro prejudicam as artérias e a circulação sanguínea.
- Pressão alta, sedentarismo, obesidade e colesterol alto: os mesmos fatores de risco para aterosclerose e doenças cardiovasculares são uma ameaça às ereções, já que gera prejuízos à circulação.
O que causa disfunção erétil em jovens?
Apesar da maior incidência nos mais velhos, a disfunção erétil não está restrita a eles. Cerca de 2% dos homens com o problema são considerados jovens. As causas podem ser resumidas em cinco: baixíssimo nível de testosterona, circulação comprometida nas artérias (daí o sangue não chega ao pênis), problema na transmissão de sinais neurológicos para o órgão masculino, remédios para pressão alta e, principalmente, ansiedade. Elas estão ligadas a alguns fatores de risco como distúrbios psicológicos e tabagismo —fumar afeta o sistema vascular e a musculatura das paredes das veias e artérias, atrapalhando o fluxo do sangue.
Quais os tipos de disfunção erétil?
Existem diversas classificações para a disfunção, mas a maioria dos especialistas leva em consideração três principais tipos:
- Orgânica: Mais comum a partir dos 40 anos, envolve uma causa física. Problemas cardiovasculares, metabólicos, neurológicos, hormonais, cirurgias ou uso de certos medicamentos ou substâncias são os motivos mais frequentes por trás do problema
- Psicogênica: Quando não há qualquer problema físico que explique a dificuldade, o que é mais frequente em jovens. O principal responsável por esse tipo de disfunção erétil é a ansiedade e o medo de falhar. Nesse caso, fatores psicológicos têm uma consequência física: os picos de adrenalina levam à contração das estruturas que deveriam estar relaxadas para a válvula que mantém a ereção funcionar.
- Mista: Quando a dificuldade envolve fatores físicos e psicológicos.
Uma das principais diferenças da disfunção erétil psicogênica e orgânica é que, no primeiro caso, a dificuldade simplesmente desaparece em certas situações. Por isso uma das primeiras perguntas que o médico vai fazer em caso de queixas é sobre as ereções não sexuais, como as masturbatórias ou as ereções noturnas e matinais, que ocorrem normalmente. Se nessas situações estiver tudo bem, é provável que a ansiedade esteja por trás do problema.
O que é disfunção erétil psicogênica?
A disfunção erétil do tipo psicogênica acontece quando não há qualquer problema físico que explique a dificuldade, o que é mais frequente em jovens. O principal responsável por esse tipo de disfunção erétil é a ansiedade e o medo de falhar. Nesse caso, fatores psicológicos têm uma consequência física: os picos de adrenalina levam à contração das estruturas que deveriam estar relaxadas para a válvula que mantém a ereção funcionar.
Quais os tratamentos para disfunção erétil?
O acompanhamento médico é indispensável para a investigação, diagnóstico e discussão sobre as opções mais indicadas para cada caso. As principais formas de tratamento são as seguintes:
- Inibidores da fosfodiesterase 5 (ou PDE5): a sildenafila (Viagra) foi o primeiro medicamento dessa classe a ser lançado, mas existem outros, como a tadalafila (Cialis) e a vardenavila (Levitra). Alguns facilitam a ereção por períodos de cerca de quatro horas, enquanto outros podem durar até 36 horas. São contraindicados para homens com dores no peito durante esforço físico e usuários de remédios para o coração à base de nitratos, pois a interação medicamentosa pode provocar queda brusca de pressão arterial.
- Injeções penianas: se o paciente não responde às pílulas ou não podem utilizá-las, o tratamento de segunda linha é com drogas injetadas pelo próprio usuário nos corpos cavernosos do pênis antes do sexo. São utilizadas substâncias como a fentolamina, a papaverina ou a prostaglandina. A agulha é finíssima e o procedimento, praticamente indolor.
- Bombas de vácuo: são aparelhos que promovem a sucção do pênis e aumentam a circulação de sangue temporariamente. Hoje seu uso tem sido mais indicado no processo de reabilitação de pacientes submetidos à cirurgia para câncer de próstata.
- Implantes: se tudo falhar, é sinal de que houve comprometimento definitivo das estruturas que promovem a ereção. Nesse caso, os implantes são a melhor opção. Existem diversas opções disponíveis de próteses penianas (maleáveis ou semirrígidas, infláveis ou hidráulicas), que são implantadas na câmara erétil do pênis para dar a sustentação necessária para o sexo sem interferir na sensibilidade e capacidade de orgasmo. As cirurgias duram aproximadamente uma hora, com baixos índices de complicação e altos níveis de satisfação. Por ser um procedimento irreversível, é a última linha de tratamento.
- Terapia: nos casos em que a disfunção erétil é psicogênica ou mista, a terapia com psicólogo ou psiquiatra especializado em sexualidade é a principal forma de tratamento.
- Mudanças no estilo de vida: prática de atividade física regular, perda de peso, interrupção do uso de tabaco e drogas ilícitas, bem como moderação no uso de álcool, são medidas que têm impacto positivo na função erétil e devem ser sempre estimuladas. Em alguns casos, apenas esse tipo de mudança é suficiente para resolver o problema.
- Tratamento hormonal: indicado apenas nos casos em que a disfunção é causada por alterações na produção de hormônios.
- Mudança de remédio: nos casos em que o problema é causado por medicamentos de uso contínuo, as substituições, quando possíveis, podem resolver o problema.
Qual o melhor remédio para disfunção erétil?
O tratamento é individual, variado e depende de orientação médica. Os mais usados são medicamentos como Viagra e similares, injeções penianas, bombas de vácuo, implantes e tratamento hormonal. Converse com o seu urologista sobre o seu caso.
Qual o melhor remédio de disfunção erétil para diabético?
Como o diabetes descontrolado afeta a circulação sanguínea, a disfunção erétil é mais comum em pacientes com a doença, já que o pênis precisa se encher de sangue para ficar ereto.
Uma pesquisa com mais de 500 homens portadores de diabetes do tipo 2 demonstrou que seguir uma dieta mediterrânea reduz o risco de disfunção erétil. A razão para isso pode estar relacionada aos benefícios cardiovasculares e metabólicos tão bem comprovados com esse padrão de dieta. Mas se você está tendo dificuldades sexuais, procure o médico. Não se sinta constrangido, já que essa é uma condição bastante comum. É preciso fazer um diagnóstico correto, para a melhor decisão terapêutica.
É possível se prevenir da disfunção erétil?
O risco de disfunção erétil pode ser reduzido com a melhora do estilo de vida. Uma alimentação adequada e atividade física regular podem garantir uma boa saúde sexual, além de proteger o coração, já que a disfunção erétil e a doença cardiovascular andam juntas.
Qual especialista trata a disfunção erétil?
O médico que trata a disfunção erétil é o urologista.
Como saber se tenho disfunção erétil?
Todo homem que apresenta queixas relacionadas à ereção deve consultar o urologista. Além de avaliar os sintomas e o histórico do paciente, o médico pode solicitar alguns exames, como perfil hormonal, o ecodoppler peniano (que avalia o fluxo arterial e o funcionamento do mecanismo de válvula) e o teste de intumescência peniana noturna (com uso de um aparelho que analisa a qualidade das ereções durante a madrugada).
A disfunção erétil costuma ser um sinal precoce de doenças cardiovasculares. Homens com o problema têm risco mais alto de infarto e AVC (acidente vascular cerebral), segundo pesquisas, por isso é recomendável que uma avaliação cardiológica acompanhe o diagnóstico.
A partir de qual idade é mais comum ter disfunção erétil?
Segundo pesquisas da Sociedade Brasileira de Urologia, cerca de metade dos homens com mais de 40 anos apresentam queixas relacionadas à ereção. Estudos norte-americanos mostram uma prevalência de disfunção erétil pelo menos leve em torno de 40% aos 40 anos e de quase 70% aos 70 anos. Para disfunção grave, as proporções são ao redor de 20% e 50%, respectivamente. Os números são parecidos no mundo todo, o que comprova que o problema é mais frequente do que se imagina.
Como a parceira pode ajudar homem com disfunção erétil?
É muito comum que a dificuldade de ereção seja interpretada de maneira ofensiva, como consequência de uma perda de atração ou até de um relacionamento extraconjugal. Isso só aumenta a pressão sobre o homem, gerando medo, preocupação, ansiedade e, como consequência, a probabilidade de falhar novamente. Por isso é importante que todas as pessoas tenham informação sobre a disfunção erétil —o apoio da(o) parceira(o) é fundamental para vencer o problema.
Mas o urologista Bruno Nascimento, da Sociedade Brasileira de Urologia de São Paulo, ressalta que a compreensão deve ser mútua: "Um estudo com mulheres parceiras de homens com disfunção erétil mostrou que elas têm um índice maior de disfunções sexuais femininas, como distúrbios de lubrificação, dor e orgasmo", comenta. Ele sugere, inclusive, que elas participem e sejam ouvidas nas consultas.
Qual o melhor remédio natural para tratar a disfunção erétil?
A maioria dos fitoterápicos ou suplementos alimentares vendida com o intuito de tratar impotência carece de evidências científicas suficientes, segundo os especialistas. Porém, como boa parte dos casos tem origem psicogênica, acreditar que determinado produto pode funcionar pode surtir efeito para alguns homens. O ideal é procurar um urologista antes de se aventurar em qualquer tipo de tratamento, até porque muitas ervas e plantas naturais também têm efeitos colaterais importantes.
Comer frutas ajuda a combater disfunção erétil?
Existem alimentos que podem, sim, dar uma mãozinha ao seu desempenho sexual. O conjunto da obra é mais importante aqui: a literatura científica mostra que uma dieta rica em oleaginosas, frutas, legumes, cereais integrais, verduras e peixes está relacionada a melhora na saúde sexual do homem. Mas o efeito vem do consumo constante dentro de uma alimentação equilibrada. Ou seja, não adianta achar que vai comer e ter a melhor noite da vida.
Alguns exemplos de alimentos que podem ajudar na circulação e, consequentemente, na ereção:
- Ostra
- Azeite
- Romã
- Melancia
- Oleaginosas
- Peixes
- Chocolate amargo
Catuaba, amendoim ou algum outro método natural melhora a ereção?
Não existe nenhuma substância natural conhecida e testada cientificamente que melhore o desempenho sexual ou facilite a ereção significativamente.