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Falta de vitamina B12: veja principais sintomas, causas e o que fazer

Falta de vitamina B12 tem diferentes sintomas e causas; entenda Imagem: iStock

Carol Firmino

Colaboração para VivaBem

26/12/2022 04h00Atualizada em 27/12/2022 09h39

A vitamina B12 é essencial para a formação dos glóbulos vermelhos e a síntese (produção) de DNA, RNA e mielina, substância que é uma espécie de camada protetora dos neurônios. O nutriente também é necessário para manter os nervos funcionando normalmente e prevenir a degeneração celular.

Em comparação a outras vitaminas do complexo B, a vitamina B12 tende a ser armazenada pelo organismo em maiores quantidades, o que não impede que sua falta ocorra em determinadas situações, resultando em sintomas como cansaço, formigamento de pés e mãos e mais.

Falta de vitamina B12: sintomas e o que fazer

Quais os sintomas da falta de vitamina B12?

São sintomas da falta de vitamina B12:

  • sensação de fraqueza;
  • cansaço;
  • falta de ar;
  • formigamento nos pés e nas mãos;
  • palpitações;
  • alterações de humor
  • dificuldade em caminhar;
  • dores musculares;
  • icterícia (olhos e pele mais amarelados);
  • alterações gastrointestinais, como diarreia;
  • falta de apetite.

Outros sinais são alterações neurológicas que prejudicam a atenção e a memória, e o desenvolvimento de anemia perniciosa, doença autoimune causada pela falta de vitamina B12.

As profissionais consultadas explicam que muitos sintomas podem estar ligados a outras alterações, por isso a avaliação de um profissional da saúde é tão importante.

Quais são as quantidades ideais de vitamina B12 no organismo?

A OMS recomenda o seguinte consumo médio do nutriente:

  • Para adultos: 2,4 microgramas (mcg) de vitamina B12 ao dia

O valor ideal do nível da substância no organismo fica entre 200 e 800 pg/mL (147 e 590 pmol/L).

Quais alimentos têm mais vitamina B12?

Os alimentos ricos em vitamina B12 são:

  • carne vermelha (bovina e suína)
  • frango
  • peixes e frutos do mar
  • ovos
  • leite e derivados.

Para veganos, que não consomem alimentos de origem animal, há pães, cereais e bebidas vegetais enriquecidos com vitamina B12 —o nutriente não é encontrado naturalmente nesses produtos.

Que hábitos contribuem para manter a vitamina B12 em números ideais?

Além de incluir na dieta alimentos fonte de vitamina B12, orienta-se mastigar bastante os alimentos para ajudar na digestão. Como ela está presente em produtos de origem animal, é importantíssimo que os adeptos de dietas veganas ou vegetarianas recorram à suplementação.

O consumo de probióticos (como iogurtes e bebidas fermentadas) melhora a flora intestinal e favorece a absorção da vitamina B12.

Lembre-se de que ter uma rotina de cuidados médicos, que inclua o check-up anual e a realização de exames de sangue periódicos. Isso ajuda no acompanhamento e na prevenção de deficiências nutricionais e reduz o risco de desenvolvimento de doenças.

Que tipo de suplementação costuma ser mais indicada?

É possível que o profissional indique a metilcobalamina (forma ativa da vitamina B12) por meio de comprimidos ou injetável —quando há deficiência grave da substância ou nos casos de pessoas que fizeram cirurgia bariátrica e têm dificuldade de absorção de nutrientes.

No processo do metabolismo da vitamina B12 existem outros nutrientes associados, como as vitaminas B6, B9 e o ferro. Portanto, é importante avaliá-los para também verificar se há necessidade de suplementar outras substâncias.

Quem está mais suscetível à falta de vitamina B12?

Pessoas veganas, vegetarianas, com idade acima de 60 anos, que usam regularmente medicamentos que reduzem a acidez do estômago (como Pantoprazol e Omeprazol), as que sofrem com doenças inflamatórias intestinais (como a Síndrome do Intestino Irritável, doença de Cronh, colite ulcerativa e doença celíaca), gestantes, mulheres com histórico de aborto, pessoas sob estresse contínuo, que fizeram cirurgia bariátrica e mais.

Como é feito o diagnóstico para identificar o problema?

Pode ser realizado um exame de sangue e, em casos mais específicos, a endoscopia. A análise acontece a partir dos glóbulos vermelhos e gera suspeita de deficiência caso sejam detectados glóbulos vermelhos grandes ou haja sintomas relacionados muito evidentes. Assim, deve-se medir a quantidade de vitamina B12 presente na corrente sanguínea.

No caso da endoscopia, o procedimento é realizado para verificar se há ou não destruição das células do estômago.

O ácido fólico (vitamina B9) também pode ser analisado corriqueiramente, pois sua deficiência resulta em glóbulos vermelhos grandes e causa dúvidas com relação ao diagnóstico de falta de vitamina B12.

Existem órgãos específicos que são prejudicados?

A vitamina B12 participa da formação da bainha de mielina, no cérebro e auxilia na formação das hemácias no sangue, além de estar presente em outros processos fundamentais para o bom funcionamento do organismo.

A deficiência de vitamina B12 afeta principalmente:

  • sistema nervoso (cérebro)
  • sistema hematológico (sangue)
  • sistema gastrointestinal (estômago, intestino)

Diante de sinais da falta de vitamina B12, qual médico procurar?

Busque um nutricionista ou um nutrólogo.

O que o profissional de saúde vai orientar para essa pessoa?

O tratamento é feito com correção da alimentação, suplementação nutricional e regulação do processo digestivo.

As indicações costumam ser de reposição da vitamina B12 por meio de injeções, caso a pessoa possua lesão nos nervos; suplementação por meio da ingestão de comprimidos; ou pela aplicação de sprays nasais.

Após o tratamento, é ideal que o paciente seja acompanhado por um nutricionista, que vai orientar sobre como manter uma alimentação saudável, para prevenir a deficiência de vitamina B12 e evitar sintomas relacionados ao problema.

Fonte: Camila Raymundo Farias, nutricionista da Clínica Escola de Nutrição da Universidade Cruzeiro do Sul campus Anália Franco (SP) e pós-graduanda em nutrição clínica; Diana Coulon, nutricionista pós-graduada em nutrição clínica, integrativa, fitoterapia e gastroenterologia funcional; Isabella Aparecida Médice Urbano, nutricionista da Clínica Escola de Nutrição da Universidade Cruzeiro do Sul campus São Miguel (SP), pós-graduada em saúde pública e pós-graduanda em nutrição esportiva; Leilane Giglio Canelhas de Abreu, nutricionista da Clínica Escola de Nutrição da Universidade Cruzeiro do Sul campus Paulista (SP), pós-graduada em nutrição humana aplicada e terapia nutricional e residência em nutrição clínica em cardiopneumologia no HCFMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; Sabrina Theil, nutricionista clínica, pós-graduada em nutrição funcional, estética e fitoterapia. 

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