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Será que você tem deficiência de cálcio? Veja sinais, causas e o que fazer

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Imagem: iStock

Colaboração para o VivaBem

02/03/2023 04h00

O cálcio é o mineral em maior abundância no corpo humano e é essencial para seu bom funcionamento, incluindo a saúde dos ossos e dentes, ação muscular, função cerebral e a coagulação do sangue.

Manter uma alimentação saudável, tomar sol e praticar exercícios físicos são maneiras simples —e mais recomendadas do que a ingestão de suplementos— de manter os níveis do mineral em quantidades ideais no organismo.

Qual é o papel do cálcio no funcionamento do corpo humano?

Entre as partes mais importantes da ação do cálcio no organismo, estão:

Dentes e ossos fortes: cálcio atua diretamente na mineralização de dentes e ossos. Além de ajudar na produção, sua presença ajuda a torná-los fortes e densos, o que, no caso dos ossos, pode ajudar a prevenir fraturas e osteoporose.

Função muscular: o mineral ajuda os músculos a se contraírem e relaxarem adequadamente, o que é importante para as funções do corpo como um todo e envolve desde ações como a respiração até a caminhada ou levantamento de pesos, por exemplo.

Função cerebral: o cálcio desempenha um papel na transmissão de sinais nervosos por todo o corpo. Sem cálcio suficiente, a função nervosa pode ser interrompida, levando a problemas como cãibras musculares e dormência ou formigamento nos dedos das mãos e dos pés.

Coagulação do sangue: o mineral também está envolvido no processo de coagulação do sangue. Ajuda as plaquetas, que são células sanguíneas envolvidas na coagulação, a se unirem e formarem coágulos quando necessário.

Quais são os sintomas da falta de cálcio no organismo?

Os sintomas mais comuns da deficiência de cálcio são:

  • dores e espasmos musculares;
  • sensação de formigamento ao redor da boca e nos dedos das mãos e dos pés;
  • cáries dentais;
  • unhas quebradiças;
  • cabelos e pele opacos;
  • intolerância ao frio;
  • insônia;
  • hipertensão.

Qual profissional da saúde a pessoa deve procurar ao notar esses sintomas?

Os profissionais que identificam essa deficiência nutricional são clínico geral, endocrinologista, nefrologista e nutricionista —que acompanhará o paciente nas mudanças de hábitos.

Quais hábitos contribuem para manter o cálcio em números ideais?

Manter uma alimentação saudável, rica em folhas verde-escuras, laticínios e frutas, é a principal forma de manter o nível recomendado de cálcio. Alguns hábitos facilitam a absorção, como praticar exercícios físicos, consumir frutas ricas em vitamina C e tomar sol —sempre com proteção e em horários nos quais os raios UV são mais fracos, como antes das 10 da manhã e após às 16 horas.

Os especialistas também recomendam evitar hábitos que prejudiquem a absorção do mineral, como o consumo excessivo de cafeína, principalmente após menos do que 40 minutos de uma refeição, a ingestão de sal em grandes quantidades.

Como diagnosticar a falta de cálcio?

Para confirmar se uma pessoa sofre de falta de cálcio, pode ser usado o exame de densitometria óssea, que identifica massa óssea em regiões como coluna lombar e fêmur.

Testes laboratoriais como cálcio iônico e cálcio sério, que medem os níveis de cálcio no organismo, assim como checagem de paratormônio (que identifica o hormônio produzido pelas glândulas paratireóides), vitamina D e fósforo —que podem influenciar na absorção do mineral— também podem ser solicitados.

Existem órgãos específicos que são prejudicados?

O órgão mais importante do corpo humano que precisa do cálcio é o coração, porque usa o mineral na contração músculo cardíaco. Outras partes, como ossos, dentes e músculos dos demais membros, como citado anteriormente, também podem ser prejudicados pela falta de cálcio.

Que tipo de suplementação costuma ser mais indicada para a falta de cálcio?

Adultos saudáveis podem conseguir os níveis adequados por meio da alimentação e ações não-farmacológicas como as citadas acima, sem que sejam necessários quaisquer tipos de suplementos.

A suplementação é indicada para tratamento de problemas como osteoporose, raquitismo, doenças inflamatórias intestinais, doença celíaca, pessoas que têm baixa absorção de cálcio, bariátricos, quem faz uso excessivo de antibióticos. Nesses casos, além do cálcio, a vitamina D pode ser indicada para ajudar na absorção.

Quem é mais suscetível à falta de cálcio?

Pacientes bariátricos, idosos, pessoas com doença celíaca, hipotireoidismo, doenças autoimunes, doenças inflamatórias intestinais.

Quais são as quantidades ideais de cálcio no organismo?

  • Para adolescentes, ainda em fase de crescimento, 1.300 mg/dia é a quantidade ideal de consumo.
  • Já para adultos saudáveis, 1.000 mg/dia bastam.
  • Para idosos acima de 65 anos, que naturalmente têm mais dificuldade de absorção pelas mudanças no organismo provocadas pela idade, são necessários 1.500 mg/dia.

Quais alimentos têm mais cálcio?

  • Laticínios (como leite, queijo e iogurte)
  • Feijão
  • Grão-de-bico
  • Tofu
  • Folhas verde-escuras (couve, rúcula, espinafre)
  • Mamão-formosa
  • Sardinha
  • Ovo
  • Gergelim
  • Castanha-do-pará
  • Amêndoas

A suplementação inadequada pode prejudicar o corpo?

O excesso de cálcio no corpo pode causar vários problemas à saúde, incluindo:

Pedras nos rins: os níveis elevados de cálcio na urina podem levar à formação de pedras nos rins.

Hipercalcemia (excesso de cálcio no sangue): uma condição geralmente causada por hiperatividade nas quatro pequenas glândulas do pescoço (glândulas paratireoides). Os sintomas incluem fadiga, náusea, constipação e confusão.

Problemas cardiovasculares: o excesso de cálcio pode levar à calcificação das artérias, o que pode aumentar o risco de ataque cardíaco e derrame.

Absorção prejudicada de outros minerais: a ingestão excessiva de cálcio pode interferir na absorção de outros minerais, como ferro e zinco, causando deficiências.

Calcificação de tecidos moles: depósitos de cálcio podem se acumular em tecidos moles, como rins e pulmões, levando a danos nos tecidos.

Fonte: Patrícia Soares, nutricionista clínica ortomolecular do Instituto Florescer CBSM, em Salvador (BA); Nathali Loyola, nutricionista pós-graduada pelo IPGS (Instituto de Pesquisas Ensino e Gestão em Saúde); Victor Machado, nutricionista, pós-graduado em nutrição esportiva e colunista de VivaBem.