Estudo mostra que teorias da conspiração e desconfiança de vacina estão relacionadas
Até um terço da população de alguns países é suscetível a acreditar em informações falsas e em teorias da conspiração sobre a covid-19, que provocam uma perda de confiança na vacinação, aponta um estudo publicado nesta quarta-feira (14).
"Encontramos um vínculo claro entre o fato de acreditar em teorias da conspiração e a relutância a respeito de uma futura vacina", afirmou um dos autores do estudo, Sander van der Linden, pesquisador em Psicologia Social na Universidade de Cambridge (Reino Unido).
Publicado na revista britânica Royal Society Open Science, o estudo é baseado nas pesquisas de opinião realizadas no Reino Unido (duas séries sucessivas com quase 1.000 participantes), Estados Unidos, México, Espanha e Irlanda (700 participantes cada vez).
De acordo com o trabalho, a teoria falsa com maior índice de aceitação entre os participantes é a de que o coronavírus foi fabricado deliberadamente em um laboratório da cidade chinesa de Wuhan, onde surgiu a epidemia.
As pesquisas mostram que 33% dos participantes mexicanos e 37% dos espanhóis consideram esta teoria "confiável", enquanto nos Estados Unidos o índice alcança 23% e no Reino Unido 22%.
A informação falsa de que a pandemia de covid-19 "é parte de um plano para impor a vacinação mundial" foi considerada confiável por 22% dos mexicanos, 18% dos participantes irlandeses, espanhóis e americanos e por 13% dos britânicos.
Outra tese falsa, a que afirma que os sintomas de covid-19 foram agravados pelas novas redes de telefonia móvel 5G, foi respaldada por 16% dos participantes mexicanos e espanhóis, por 12% dos irlandeses e 8% dos britânicos e americanos.
Os participantes foram entrevistados tanto sobre suas intenções a respeito de uma futura vacina como sobre a confiabilidade que atribuem às teorias (em uma escala de 1 a 7).
De acordo com os coordenadores do estudo, qualquer aumento mínimo na credibilidade concedida às teorias provoca uma queda importante na confiança das vacinas por parte da pessoa entrevistada.
As teorias se propagam pelas redes sociais. Na semana passada, o Facebook anunciou a retirada de todas as contas ligadas ao movimento conspiracionista "QAnon", enquanto o número de adeptos a este movimento de extrema-direita pró-Trump disparou com a aproximação das eleições presidenciais nos Estados Unidos.
Na terça-feira, a rede social também anunciou a proibição de anúncios que desestimulem a vacinação em plena pandemia de coronavírus.
"Além de notificar as informações falsas, os governos e as empresas de tecnologia deveriam buscar maneiras de melhorar a educação da população nos meios digitais. Em caso contrário, desenvolver uma vacina pode não ser suficiente", destacou Sander van der Linden.
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