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Agência reguladora aprova vacina da Pfizer/BioNTech para União Europeia

                             - JUSTIN TALLIS / AFP
Imagem: JUSTIN TALLIS / AFP

21/12/2020 11h59

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) anunciou nesta segunda-feira a aprovação da vacina da Pfizer/BioNTech contra o coronavírus e afirmou que "não há provas" de que o fármaco não será eficaz contra a nova cepa de coronavírus detectada no Reino Unido.

"Eu tenho o prazer de anunciar que o comitê científico da EMA se reuniu hoje e recomendou uma autorização de comercialização condicional na União Europeia (UE) da vacina desenvolvida pela Pfizer e BioNTech", afirmou a diretora geral da EMA, Emer Cooke, em uma entrevista coletiva online.

A decisão da EMA abre o caminho para as campanhas de vacinação na União Europeia nos próximos dias. "No momento, não há provas de que esta vacina não funcionará contra a nova cepa de coronavírus", disse Cooke.

O anúncio da aprovação foi feito após uma reunião antecipada do comitê. O encontro estava previsto para 29 de dezembro, mas mudou de data após a pressão da Alemanha e de outros países europeus, que veem um aumento de casos de covid-19 devido à chegada do inverno no hemisfério Norte.

A Comissão Europeia deve agora aprovar esta decisão para dar início à campanha de vacinação em todo o bloco econômico, que conta quase 450 milhões de habitantes. A expectativa é de que as primeiras doses sejam aplicadas já no próximo domingo (27).

A vacina desenvolvida pela gigante americana Pfizer e a empresa alemã BioNTech demonstrou eficácia de 95% nos testes clínicos internacionais em que foram administradas duas doses com três semanas de intervalo.

O imunizante já está sendo administrado em outros países, como os Estados Unidos, Reino Unido e Israel, e centenas de milhares de pessoas já tomaram a vacina, com raros casos de reação alérgica.

Aprovação diante de nova linhagem do vírus

A aprovação é anunciada um dia após diversas nações europeias decidirem fechar suas fronteiras com o Reino Unido por conta da descoberta de uma nova linhagem de coronavírus que está circulando no país.

A variante do vírus poderia ser até 70% mais contagiosa, segundo afirmou o premiê britânico no último sábado.

A princípio, a vacina da Pfizer/BioNTech também funcionaria contra a Covid-19 desenvolvida a partir dessa nova mutação.

"Até o momento, não há qualquer prova sugerindo que a vacina não seja eficaz contra a nova linhagem", garantiu a diretora da agência europeia Emer Cooke.

Demora para aprovação

Vários países reclamaram da lentidão do processo de decisão da agência europeia, incluindo Alemanha, Polônia e Hungria.

A agência europeia afirma ter feito uma "análise contínua" dos dados procedentes das análises dos laboratórios e testes clínicos à medida que eram enviados. Em um período normal, a agência só examina os dados após o envio de todas as informações.

A Pfizer/BioNTech apresentou no dia 1° de dezembro uma solicitação de autorização. Desde então, Reino Unido, Estados Unidos e Canadá aprovaram o uso emergencial e iniciaram campanhas de vacinação.

Após antecipar a decisão para a primeira vacina contra a Covid-19, a agência também deverá tomar uma decisão antecipada em relação à vacina do laboratório Moderna, já aprovada nos Estados Unidos. O Comitê europeu deve se pronunciar sobre o imunizante na primeira semana de janeiro.

(Com informações da AFP)