China erradica malária após 70 anos de luta contra a doença, diz OMS
A China erradicou a malária, após 70 anos de luta contra a doença que matou mais de 400 mil pessoas em 2019, a maioria na África, anunciou nesta quarta-feira (noite de terça, 29 no Brasil) a Organização Mundial da Saúde (OMS).
"Parabenizamos o povo chinês por livrar o país da malária", declarou o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus. "A China se une ao número crescente de países que mostram que um mundo livre de malária é um objetivo viável".
"Este sucesso conquistado com tanto esforço é o resultado de décadas de ação focada e contínua", acrescentou.
O país, com 30 milhões de casos por ano na década de 1940, não registrou nenhum caso endógeno nos últimos quatro anos. Essa doença parasitária é transmitida pelo mosquito Anopheles.
Os países que se mantiverem por três anos consecutivos sem transmissão local podem se inscrever para a certificação da OMS para validar seu status de nação livre da malária. Eles precisam apresentar evidências muito rigorosas e demonstrar sua capacidade de prevenir a doença no futuro.
A China é o 40º território a obter esta validação da OMS, que tem sede em Genebra. Os últimos foram El Salvador (2021), Argélia, Argentina (2019), Paraguai e Uzbequistão (2018).
A China é o primeiro país da região do Pacífico Ocidental, segundo a nomenclatura da OMS, a receber esse certificado em mais de trinta anos. No momento, apenas três outros conseguiram: Austrália (1981), Cingapura (1982) e Brunei (1987).
Em seu relatório mundial de 2020 sobre a malária, publicado em novembro, a organização constatou que os avanços no combate à doença estão estagnados, principalmente nos países africanos, onde são registrados os piores balanços de infecções e mortes.
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