Covid-19 apresenta mais risco de miocardite do que vacinação, mostra estudo
O risco de miocardite, uma inflamação do músculo cardíaco, aumenta para os pacientes com covid-19, aponta um estudo americano divulgado nesta terça-feira (31), que argumenta fortemente em favor da vacinação.
Foi apontado o risco de desenvolvimento de miocardite após a vacinação com os imunizantes da Pfizer e Moderna, principalmente em crianças e homens jovens. Esse risco, no entanto, é alto após a infecção pela doença em si, assinala o estudo, realizado pelo Centros para a Prevenção e o Controle de Doenças (CDC), que analisou dados de consultas em mais de 900 hospitais.
"A miocardite permanece rara em pacientes com ou sem Covid", diz o relatório do CDC. "No entanto, a covid-19 é um fator de risco forte e importante para miocardite, e esse risco varia com a idade."
Os pacientes com covid examinados entre março de 2020 e janeiro de 2021 tinham em média quase 16 vezes mais chances de desenvolver miocardite do que aqueles que não contraíram o vírus, de acordo com o estudo. O risco foi maior em menores de 16 anos, bem como em maiores de 50.
Entre as crianças, alguns casos identificados de miocardite podem corresponder a uma síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (PIMS ou MIS-C), observa o estudo.
Em 2020, o número de consultas por miocardite nos hospitais estudados foi 42% superior ao de 2019. Os picos correspondem ao número de casos de covid. Entre as pessoas com covid e miocardite, a grande maioria foi diagnosticada com ambas as doenças no mesmo mês. O mecanismo exato que pode estar na origem desse vínculo é desconhecido, segundo o CDC.
O estudo não faz diretamente uma comparação com o risco de miocardite após a vacinação. No entanto, o relatório do CDC cita um estudo israelense publicado na semana passada na revista científica NEJM, segundo o qual o risco de desenvolver miocardite após a imunização com uma vacina de RNA mensageiro (a da Pfizer) multiplicou-se por três.
Também segundo o estudo, o risco de miocardite associado a uma infecção por coronavírus se multiplicou por 18, bem mais do que após a vacina, o que leva à conclusão de que o risco-benefício é claramente favorável à vacinação.
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