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OMS: covid-19 pode ter provocado as mortes de 80 mil a 180 mil profissionais da saúde

A OMS fez um apelo a todos os países para que priorizem a vacinação contra a covid-19 para os profissionais da saúde, junto aos outros grupos de risco - AFP
A OMS fez um apelo a todos os países para que priorizem a vacinação contra a covid-19 para os profissionais da saúde, junto aos outros grupos de risco Imagem: AFP

21/10/2021 13h56

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nesta quinta-feira que a pandemia de covid-19 pode ter matado entre 80.000 a 180.000 profissionais da saúde até maio deste ano e insistiu que este grupo deve ter prioridade na vacinação.

Dos 135 milhões de profissionais da saúde em todo o mundo, "entre 80.000 e 180.000 podem ter morrido de covid-19 no período entre janeiro de 2020 e maio de 2021", afirma o relatório.

"Essas estimativas são baseadas nas 3,45 milhões de mortes vinculadas à covid-19 declaradas à OMS em maio de 2021; um número que, por si só, é menor que a quantidade real de mortes", disse a organização em um comunicado.

"Por isso, é fundamental que a vacinação dos profissionais sanitários seja uma prioridade", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em coletiva de imprensa.

"Os dados de 119 países sugerem que, em média, dois em cada cinco profissionais da saúde em todo o mundo estejam completamente imunizados", afirmou.

"Mas é óbvio que essa média esconde enormes diferenças entre regiões e setores econômicos. Na África, menos de 1 em cada 10 profissionais da saúde foi completamente imunizado, enquanto na maioria dos países de renda alta, mais de 80% estão vacinados com o esquema completo", continuou Ghebreyesus.

A OMS fez um apelo a todos os países para que priorizem a vacinação contra a covid-19 para os profissionais da saúde, junto aos outros grupos de risco.

"Mais de 10 meses depois da aprovação das primeiras vacinas, o fato de milhões de trabalhadores da saúde ainda não estarem vacinados é por si só uma condenação aos países e empresas que controlam a oferta mundial de vacinas", afirmou o chefe dessa agência da ONU.

Ghebreyesus também denunciou a desigualdade da distribuição do imunizante e pediu aos Estados com doses suficientes para compartilhá-las, enquanto o mecanismo internacional Covax denuncia a falta de vacinas suficientes.

"Os países do G20 se comprometeram a doar mais de 1,2 bilhão de doses de vacinas ao Covax. Até agora, apenas 150 milhões foram entregues. Para a maioria das doações, não temos um calendário. Não sabemos quantas doses o Covax vai receber, nem quando", lamentou o diretor da OMS.