EUA autorizam vacinas da Pfizer e Moderna para bebês e crianças pequenas
A Agência de Medicamentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) autorizou em caráter de urgência nesta sexta-feira (17) as vacinas da Pfizer e Moderna contra a covid-19 em bebês e crianças pequenas, abrindo caminho para as primeiras injeções na próxima semana.
A vacina do laboratório Moderna, em duas doses, está autorizada em caráter de urgência para crianças de entre seis meses e cinco anos.
A da Pfizer, em três doses, deve ser aplicada em crianças de seis meses a quatro anos. Esta é a última faixa etária que ainda não havia recebido proteção nos Estados Unidos.
Ao mesmo tempo, a FDA também aprovou a vacina da Moderna para crianças e adolescentes de entre seis e 17 anos. A da Pfizer já estava autorizada desde os cinco anos.
"Muitos pais, cuidadores e médicos estão esperando por uma vacina para crianças mais novas, e essa ação protegerá crianças de 6 meses de idade ou mais", comentou o diretor da FDA, Robert Califf, em um comunicado à imprensa.
"Como vimos em faixas etárias mais avançadas, essas vacinas para crianças mais novas fornecerão proteção contra os casos mais graves de covid-19, como hospitalizações e mortes", explicou.
A Pfizer disse que planeja enviar pedidos de autorização para outros órgãos reguladores em todo mundo, incluindo a Agência Europeia de Medicamentos, no início de julho.
"Os pais nos Estados Unidos agora têm a opção de vacinar seus filhos menores de cinco anos, e estamos trabalhando para garantir que outros países ao redor do mundo sigam o exemplo", disse Ugur Sahin, CEO e cofundador do laboratório alemão BioNTech, que desenvolveu a vacina em conjunto com a Pfizer.
Os CDCs (Centros de Controle e Prevenção de Doenças) precisarão, agora, recomendar essas vacinas antes que as inoculações comecem.
Essa autorização final será concedida após uma reunião de especialistas membros de um comitê consultivo, que acontece nesta sexta-feira e no sábado.
O governo dos Estados Unidos havia indicado que, assim que a FDA publicasse sua decisão, cerca de 10 milhões de doses poderiam começar a ser enviadas antecipadamente para os quatro cantos do país e mais milhões nas próximas semanas.
O equipamento necessário para as injeções também será fornecido.
Ambas as vacinas são baseadas na estrutura de RNA mensageiro, que entrega o código genético da proteína spike do coronavírus às células humanas, que então a cultivam em sua superfície, treinando o sistema imunológico da pessoa para estar pronto em sua defesa imunológica.
A tecnologia já é considerada a principal plataforma de vacinação contra a covid.
As vacinas foram testadas em ensaios envolvendo milhares de crianças. Constatou-se que provoca níveis semelhantes de efeitos colaterais leves como em grupos etários mais velhos e desencadeia níveis semelhantes de anticorpos.
De acordo com uma estimativa preliminar, a vacina Pfizer/BioNTech tem 80% de eficácia contra as formas sintomáticas da doença. A FDA ressalta, contudo, que esse número é baseado em um pequeno número de casos positivos.
A da Moderna demonstrou ser 51% eficaz em bebês de seis meses a menos de dois anos, e 37% eficaz, em crianças de dois a cinco anos.
Os números são consistentes com a eficácia observada em adultos contra a variante ômicron, segundo a agência americana. No entanto, a vacina continua protegendo bem contra casos graves de covid-19.
"Estamos muito satisfeitos que a FDA tenha concedido autorização de uso emergencial da vacina da Moderna para crianças e adolescentes, em particular, para nossas crianças mais jovens e mais vulneráveis", disse o diretor-executivo do laboratório, Stephane Bancel.
Com cerca de 20 milhões de crianças de quatro anos ou menos, os EUA tiveram 480 mortes por covid nessa faixa etária durante a pandemia, muito mais do que uma temporada de gripe severa, segundo a FDA.
Até maio de 2022, havia 45.000 hospitalizações nessa faixa, das quais quase 25% em cuidados intensivos.
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