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'É possível encerrar fase aguda da pandemia neste ano', afirma OMS

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Imagem: iStock

Redação

Genebra

24/01/2022 14h30

É possível acabar com a fase aguda da pandemia de coronavírus neste ano, afirmou nesta segunda-feira, 24, o diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), embora atualmente a covid-19 provoque uma morte a cada 12 segundos no mundo.

A pandemia está entrando em uma "nova fase", e a rápida disseminação da variante ômicron oferece uma "esperança plausível" para um retorno à normalidade nos próximos meses, disse a Organização Mundial da Saúde em comunicado. No último domingo, 23, o diretor da OMS para a Europa, Hans Kluge, fez a mesma previsão para a região europeia.

"Podemos acabar com a covid-19 como emergência sanitária mundial este ano", o nível de alerta mais alto da OMS, declarou seu diretor-geral Tedros Adhanom Ghebreyesus. No entanto, o responsável alertou que é "perigoso supor que a ômicron, variante muito transmissível, será a última", porque as condições são ideais no mundo para que outras variantes surjam, inclusive outras mais transmissíveis e virulentas.

Para acabar com a fase aguda da pandemia, os países não devem ficar de braços cruzados e são obrigados a lutar contra a desigualdade na vacinação, vigiar o vírus e suas variantes e aplicar restrições adaptadas, explicou o especialista, na abertura do comitê executivo da OMS, que se reúne toda semana em Genebra. Na África 85% da população recebeu só uma dose da vacina, destacou.

Distribuição de vacinas

Tedros Adhanom Ghebreyesus pede há semanas insistentemente aos Estados-membros que acelerem a distribuição de vacinas nos países pobres, com o objetivo de conseguir vacinar 70% da população de todos os países do mundo em meados de 2022.

Metade dos 194 Estados-membros da OMS não alcançou o objetivo de chegar a 40% da população vacinada no final de 2021, segundo a instituição. Enquanto isso, o coronavírus continua fazendo vítimas. Na semana passada, uma pessoa morreu a cada 12 segundos no mundo devido à doença e a cada três segundos foram registrados 100 novos casos, segundo o diretor da OMS.

O surgimento da variante ômicron em novembro disparou os casos. Desde então, foram contabilizados 80 milhões de novos contágios. Mas "até agora, a explosão de casos não foi acompanhada por um aumento das mortes, embora as mortes tenham aumentado em todas as regiões, sobretudo na África, a região com menos acesso às vacinas", segundo o responsável.

"É verdade que viveremos com a covid, mas aprender a viver com ela não deve significar que temos que deixar o caminho livre. Não deve significar que temos que aceitar que 50.000 pessoas morram toda semana devido a uma doença que podemos prevenir e nos recuperar", disse.

Esperança para a Europa

No domingo, o diretor da OMS para a Europa, Hans Kluge, já havia considerado que poderia haver uma saída da pandemia de covid-19 na região. Em um comunicado publicado nesta segunda-feira, Kluge destacou que "a ômicron está ultrapassando a Delta a uma velocidade sem precedentes na Europa. Menos de dois meses depois de ser encontrada na África do Sul, essa variante já representa 31,8% dos casos na região europeia, contra 15% na semana passada", acrescentou.

"A pandemia está longe de terminar, mas espero que possamos encerrar a fase de emergência em 2022 e abordar outras ameaças à saúde que exigem nossa atenção urgentemente", escreveu Kluge. "Os atrasos e as listas de espera aumentaram, os serviços essenciais de saúde foram interrompidos".

A região europeia da OMS abrange mais do que apenas a União Europeia. Inclui 53 países, cobrindo uma vasta região geográfica do Atlântico ao Pacífico.

Na França, que representa a maior taxa de incidência do continente, o passaporte de vacinação entrou em vigor nesta segunda-feira e é visto como um endurecimento das normas para as pessoas que não se vacinaram contra a covid, o que gerou forte polêmica no país.

Na China, o confinamento generalizado da cidade de Xi'an foi flexibilizado nesta segunda-feira, informaram as autoridades, que disseram também que detectaram 72 casos de covid-19 entre os participantes dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim. (Com agências internacionais).