As 3 habilidades de pessoas com alta 'inteligência emocional' no trabalho
Quando publicou seu livro Inteligência Emocional, há 25 anos, Daniel Goleman ganhou fama com uma ideia até então desconhecida: as habilidades de uma pessoa não se medem apenas pelo seu coeficiente intelectual.
Considerado um novo paradigma, o livro, que foi traduzido para 40 idiomas e vendeu 5 milhões de cópias, foi o início de um novo campo de investigação da psicologia que, desde então, tem tido repercussões em nível educacional e profissional.
Doutor em psicologia pela Universidade Harvard, Goleman é cofundador do centro Collaborative for Academic, Social, and Emotional Learning (CASEL) e codiretor do Consórcio para Pesquisa em Inteligência Emocional em Organizações, da Universidade Rutgers, nos Estados Unidos.
Em seu mais recente livro What Makes a Leader: Why Emotional Intelligence Matters, (O que faz um líder: porque a inteligência emocional importa, em tradução livre) é uma compilação de artigos publicados na Revista de Negócios de Harvard e outras publicações especializadas.
Uma das perguntas mais frequentes ao pesquisador é sobre quais são as características que fazem com que uma pessoa se destaque no trabalho.
Ainda que pesem fatores como o nível de conhecimento, o que realmente faz a diferença, garante Goleman, é seu nível de inteligência emocional, ou a habilidade para identificar e monitorar suas emoções pessoais e dos demais. E é essa a pedra angular de seu trabalho.
"As empresas olham cada vez mais pela lente da inteligência emocional ao contratar, promover e desenvolver seus funcionários", afirmou Goleman à BBC News Mundo, o serviço da BBC em espanhol. "Anos de estudo mostram que quando mais inteligência emocional tem uma pessoa, melhor será seu desempenho".
Goleman chegou a estabelecer que o conceito de inteligência emocional abrange 12 características essenciais para que as pessoas alcancem seus objetivos de desenvolvimento e tenham êxito em suas carreiras:
- Autoconsciência emocional
- Autocontrole emocional
- Adaptabilidade
- Orientação ao sucesso
- Visão positiva
- Empatia
- Consciência organizacional
- Influência
- Orientação e tutoria
- Gestão de conflitos
- Trabalho em equipe
- Liderança inspiradora
A reportagem perguntou ao pesquisador quais são as três habilidades mais poderosas desse grupo para quem procura sucesso no trabalho. E o psicólogo americano destacou: orientar-se ao sucesso, empatia e influência.
Orientar-se ao sucesso
"Eu escolheria a orientação ao sucesso, compreendida como a capacidade de seguir me esforçando para alcançar os objetivos apesar dos obstáculos e contratempos. Nos tempos atuais, isso parece muito importante", afirmou.
Essa decisão de concentrar esforços nos seus objetivos implica desenvolver a capacidade de resiliência e adaptação diante de condições adversas e uma perspectiva positiva frente as circunstâncias para continuar avançando em direção à meta, explica ele.
Uma das maneiras de desenvolver esta habilidade, diz o investigador, é recordar-se constantemente da satisfação que irá sentir quando cumprir seus objetivos. Este pensamento é uma força que ajudará a seguir em frente.
E, além disso, esforçar-se para cumprir ou superar um padrão de excelência, recebendo positivamente os comentários que outras pessoas fazem sobre o seu trabalho.
Empatia
Para Goleman, a empatia se relaciona com a capacidade de se sintonizar com as necessidades e sentimentos das pessoas com quem você tem que interagir, seja no trabalho, com clientes ou com amigos. Trata-se de prestar atenção a outras pessoas e dedicar tempo a entender o que estão dizendo e como se sentem.
Por isso, é essencial desenvolver a capacidade de escutar e fazer perguntas. E, embora a empatia seja uma habilidade que exija tempo para ser desenvolvida, uma prática que pode ajudar é o hábito de "colocar-se no lugar de outra pessoa de uma maneira profunda", diz Goleman.
Influência
Esta habilidade se refere basicamente à capacidade de "transmitir seu argumento a pessoas-chave de uma maneira convincente, especialmente àquelas pessoas cujas decisões podem te ajudar a conseguir suas metas", explica o psicólogo.
Uma boa técnica para desenvolver essa característica, diz Goleman, é simular esse tipo de situação com a dramatização. "Provavelmente a melhor maneira de melhorar esta habilidade é trabalhando com um instrutor ou companheiro de confiança."
Embora possa parecer incômodo a princípio, trata-se de praticar o convencimento de outra pessoa. Esse treinamento permite preparar-se para o momento real em que você precise aplicar seu poder de persuasão.
Quais são as armadilhas?
Algo bastante comum que costuma atrapalhar o desenvolvimento profissional, explica Goleman, é definir a inteligência emocional de uma maneira muito reduzida. Focar, por exemplo, em uma ou duas características da lista e deixar de lado a complexidade do conceito.
"Ao colocar toda a atenção na sua sociabilidade e empatia, por exemplo, você pode perder de vista todos os outros aspectos essenciais da inteligência emocional que podem lhe faltar, que lhe transformariam em um líder mais forte e efetivo."
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.