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Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Coronavírus: 4 coisas que ainda não sabemos após um ano de pandemia

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Imagem: iStock

14/03/2021 17h03

Uma força-tarefa em escala global da comunidade científica fez muitas descobertas importantes sobre a covid-19 e o Sars-CoV-2 desde o primeiro caso que ajudam a nos prevenir e a tratar quem fica doente, mas algumas perguntas-chave ainda seguem sem resposta.

Em pouco mais de um ano de pandemia, houve mais de 2,65 milhões de mortes e 119 milhões de infectados.

Quando o primeiro caso foi detectado na China em dezembro de 2019, os efeitos do vírus Sars-Cov-2 —o novo coronavírus— eram desconhecidos por pacientes, médicos, cientistas e governos.

Mas, desde então, a ciência reuniu um volume enormes evidências sobre o novo coronavírus e descobriu como ele é transmitido e se reproduz no corpo e a maneira mais eficaz de nos prevenir e tratar quem fica doente.

Por exemplo, agora se sabe que o uso de máscara é essencial para impedir a transmissão, e que até o momento não existem tratamentos para a covid-19 e que essa doença não afeta e mata apenas idosos.

Mas, um ano depois que a pandemia foi declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 11 de março, algumas das coisas que sabíamos no início sobre esse vírus mudaram. A doença que ele causa e o próprio Sars-CoV-2 continuam a evoluir. E há outras coisas que ainda são desconhecidas sobre o novo coronavírus e a covid-19.

1. Os efeitos a longo prazo da doença

Uma pergunta que os cientistas continuam a se fazer é por que o Sars-CoV-2 produz sintomas leves de curto prazo, uma doença respiratória aguda ou possivelmente nenhum sintoma na maioria das pessoas infectadas.

Mas, em algumas pessoas, causa sintomas duradouros, a chamada covid-19 "prolongada" ou "de longa duração". Os sintomas incluem falta de ar, fadiga prolongada, dor de cabeça, dor nas articulações e perda de olfato e paladar.

Um estudo conduzido pela Universidade King's College, no Reino Unido, estima que uma em cada 20 pessoas fica doente por pelo menos oito semanas.

Os cientistas estão tentando entender quais pacientes podem ser afetados pela covid-19 prolongada e quanto tempo o impacto do vírus pode durar. Outra questão ainda sem resposta sobre os efeitos de longo prazo do vírus é qual será seu impacto epigenético. Ou seja, seus efeitos serão transmitidos de geração em geração?

Além disso, os pesquisadores estão estudando o impacto social e econômico que essa pandemia terá.

2. Como o vírus vai evoluir

Cada vez que o coronavírus é transmitido, ele faz pequenas alterações em seu código genético, e os cientistas estão começando a identificar padrões na forma como o vírus sofre mutação.

Esses sinais de adaptação do vírus não são totalmente surpreendentes. O uso de tratamentos e vacinas faz com que a maioria dos vírus e bactérias causadores de doenças desenvolvam maneiras de escapar deles e continuar a se espalhar.

Aqueles que desenvolvem resistência a um tratamento ou podem "driblar" o sistema imunológico sobreviverão mais para se replicar e disseminar seu material genético.

A questão das mutações do coronavírus, um ano após o início da pandemia, agora está se tornando muito importante. Isso porque novas variantes do Sars-CoV-2, capazes de se espalhar mais rapidamente, como a observada em Manaus, no Amazonas, estão surgindo, o que nos leva a questionar se isso tornará as vacinas recentemente aprovadas menos eficazes.

Até o momento, há poucas evidências de que sim, mas os cientistas já estão investigando como o vírus sofrerá mutações no futuro e se poderiam evitá-las.

Algumas farmacêuticas já estão atualizando suas vacinas para combater versões mutantes do Sars-CoV-2. Mas, com os padrões de mutações que os cientistas estão vendo aparecer no coronavírus em todo o mundo, temos alguma pista de como ele continuará a evoluir?

Os pesquisadores estão observando de perto para ter uma ideia de sua evolução futura. E esperam que isso possa ser útil para o desenvolvimento de futuras vacinas.

3. Qual pode ser a origem da próxima pandemia

A pandemia covid-19 pegou grande parte do mundo de surpresa. Mas nem todos. Durante anos, epidemiologistas e outros cientistas alertaram que deveríamos estar preparados para uma pandemia.

A maioria das doenças que preocupa os especialistas tem origem em animais. Na verdade, 75% das doenças emergentes são zoonóticas. O novo coronavírus, que se acredita ter se originado em animais —uma das suspeitas recai sobre os pangolins— vendidos em mercados na China, não parece ser diferente.

Nosso efeito sobre o clima, invasão de habitats de vida selvagem e viagens globais ajudaram a espalhar doenças transmitidas por animais. Isso, combinado com a urbanização, a superlotação e o comércio global, criou um cenário ideal para a ocorrência de mais pandemias.

Agora, um ano após a pandemia do coronavírus, os cientistas estão investigando outras doenças que podem causar a próxima. E eles estão de olho em ameaças que vão desde camelos que transmitem a Síndrome Respiratória do Oriente Médio na África até morcegos que espalham o vírus nipah na Ásia.

4. Qual é o impacto ambiental da pandemia

A poluição e as emissões de gases de efeito estufa caíram em todos os continentes enquanto os países tentavam conter a disseminação do novo coronavírus e impunham lockdowns globais. Mas aumentaram rapidamente no restante do ano. Em média, as emissões de CO2 caíram pouco mais de 6% em 2020.

Ainda não se sabe qual será o impacto final da crise covid-19 nas emissões de poluentes. Mas, quando a pandemia finalmente diminuir, retornaremos aos mesmos níveis de dióxido de carbono e emissões de poluentes de antes? Ou as mudanças que vemos hoje podem ter um efeito mais persistente?

Os especialistas acreditam que as mudanças que fizemos durante a pandemia podem levar a hábitos duradouros. Durante o surto de coronavírus, vimos como a redução de viagens e transportes trouxe benefícios para o clima e como o desperdício de alimentos foi reduzido devido ao medo de escassez durante os lockdowns.

Existe a possibilidade de que a pandemia tenha um impacto mais duradouro no meio ambiente, e os ambientalistas se perguntam se a forma como respondemos à crise da covid-19 poderia servir de modelo para reagir às mudanças climáticas.