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EUA fazem alerta sobre uso de sangue jovem contra envelhecimento

kukhunthod/IStock
Imagem: kukhunthod/IStock

Anna Edney

19/02/2019 17h57

A prática de colher o plasma de um jovem e misturá-lo com o de uma pessoa mais velha para retardar o envelhecimento -- um tratamento que fascina alguns dos maiores nomes do Vale do Silício -- não tem benefícios clínicos comprovados, anunciou a Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA, na sigla em inglês).

A agência emitiu um alerta de segurança nesta terça-feira a respeito da infusão de plasma de doadores jovens para a prevenção de condições como envelhecimento e perda de memória ou para o tratamento de condições como demência, mal de Parkinson, esclerose múltipla, mal de Alzheimer, doença cardíaca ou transtorno do estresse pós-traumático.

"Não há nenhum benefício clínico comprovado na infusão de plasma de doadores jovens para curar, mitigar, tratar ou evitar essas condições e existem riscos associados ao uso de qualquer produto do plasma", afirmou a FDA em comunicado do comissário Scott Gottlieb e do chefe do centro de biologia da agência, Peter Marks.

A ideia de misturar sangue jovem para combater o envelhecimento atraiu empreendedores do setor de tecnologia, como o bilionário Peter Thiel, e foi satirizada em um episódio de 2017 da série da HBO "Silicon Valley". O suposto interesse de Thiel foi despertado por uma empresa chamada Ambrosia, que tem unidades em cinco estados americanos e vende um litro de plasma do sangue de doadores com 16 a 25 anos por US$ 8.000, segundo seu website.

Gottlieb e Marks afirmaram que nenhum tratamento com plasma passou pelos testes rigorosos exigidos pela agência. A Ambrosia afirma que "experimentos em camundongos chamados parabiose forneceram a inspiração para os tratamentos com plasma jovem". A aprovação da FDA normalmente exige testes em seres humanos para que as empresas possam fazer afirmações específicas relacionadas à saúde a respeito de um produto.

"Não se deve supor que os usos relatados desses produtos sejam seguros ou eficazes", disseram Gottlieb e Marks. "Desencorajamos fortemente que os consumidores realizem esse tratamento fora de testes clínicos efetuados com a adequada supervisão regulatória e de um conselho institucional de análise."

O plasma, que é a parte líquida do sangue, contém proteínas para ajudar o sangue a coagular. A infusão de plasma é um uso aprovado pela FDA em situações de trauma ou em pacientes cujo sangue não coagula. No entanto, segundo a FDA, existem riscos, como reações alérgicas, sobrecarga circulatória, lesão pulmonar e transmissão de doenças infecciosas.

"Estamos preocupados com a possibilidade de alguns pacientes estarem sendo alvos de atores inescrupulosos que promovem tratamentos com plasma de doadores jovens como curas e remédios", disseram Gottlieb e Marks. "Esses tratamentos não têm benefícios clínicos comprovados para os usos anunciados por essas clínicas e podem ser prejudiciais."

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