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Gigante de cigarros espera autorização para testar vacina contra covid à base de tabaco

A fabricante dos cigarros Lucky Strike espera a resposta da agência reguladora de fármacos nos EUA para iniciar os testes da vacina do coronavírus - Robson Mafra/AGIF/Estadão Conteúdo
A fabricante dos cigarros Lucky Strike espera a resposta da agência reguladora de fármacos nos EUA para iniciar os testes da vacina do coronavírus Imagem: Robson Mafra/AGIF/Estadão Conteúdo

Corinne Gretler

Da Bloomberg

31/07/2020 09h42Atualizada em 31/07/2020 10h26

Uma vacina experimental contra a covid-19 à base de plantas de tabaco pode começar a ser testada clinicamente dentro de semanas.

A BAT (British American Tobacco), fabricante dos cigarros Lucky Strike, espera a qualquer momento a resposta da FDA, agência que regula fármacos e alimentos nos EUA, disse o diretor de marketing da empresa, Kingsley Wheaton.

"Estamos otimistas", disse Wheaton em entrevista. "É uma parte importante de nossa estratégia tentar construir um futuro melhor."

Fabricantes de tabaco, cujos produtos são associados a danos nos pulmões, participam da corrida para desenvolver uma vacina contra o coronavírus, que se espalha principalmente por gotículas respiratórias. A Medicago, empresa de biotecnologia controlada parcialmente pela Philip Morris International, também desenvolve uma vacina à base de plantas que poderia estar disponível no primeiro semestre de 2021, se for bem-sucedida.

Existem 24 candidatas a vacinas em ensaios clínicos, embora a taxa de sucesso de tais programas seja normalmente de 10%, disse na semana passada a cientista-chefe da OMS (Organização Mundial da Saúde), Soumya Swaminathan.

A Kentucky BioProcessing, subsidiária da BAT, usa plantas de tabaco para o desenvolvimento da vacina experimental, que é derivada da sequência genética do Sars-CoV-2, o vírus que causa a covid-19. Elementos da vacina se acumulam nas plantas de tabaco dentro de seis semanas, enquanto outros métodos levam meses, de acordo com a BAT.