Comissão Europeia tenta assegurar doses de remdesivir contra covid-19
A Comissão Europeia informou hoje que está negociando com a empresa farmacêutica Gilead Sciences a reserva de doses suficientes do medicamento remdesivir para a UE (União Europeia). O remdesivir é um dos medicamentos que demonstrou efeitos positivos no tratamento da covid-19.
"A comissária Stella Kyriakides [da área da Saúde e Segurança dos Alimentos] tem estado em múltiplas conversações com a fabricante Gilead, incluindo em relação à sua capacidade de produção. A Comissão está atualmente também em negociações com a Gilead para reservar doses de Remdesivir. Dada a confidencialidade dessas conversações, não podemos partilhar mais detalhes neste momento", disse Stefan de Keersmaecker, porta-voz responsável por temas de saúde pública na comissão.
Sobre a maneira como o número de doses necessárias para os países da UE será calculado, ele reconheceu que se espera "levar em consideração as necessidades reais ou futuras" e que o número de hospitalizações pode vir a ser tomado como referência. De qualquer forma, ele afirmou que ainda não pode "dizer muito" sobre esse aspecto, porque as negociações estão em andamento.
A declaração ocorre pouco depois do anúncio de que os Estados Unidos compraram da Gilead praticamente toda a reserva para três meses do remdesivir. Em maio, o medicamento foi aprovado nos EUA para tratamento da covid-19.
Em comunicado, o Departamento de Saúde americano disse que "assegurou mais de 500 mil ciclos de tratamento do medicamento para hospitais americanos até setembro", o que equivale a "100% da produção prevista da Gilead para julho (94.200 ciclos), 90% da produção em agosto (174.900 ciclos) e 90% da produção em setembro (232.800 ciclos), além de uma verba para ensaios clínicos".
A ação dos americanos significa que, nos próximos três meses, praticamente nenhum outro país terá acesso a novas doses desse medicamento antiviral, cuja utilização também foi recentemente recomendado pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) para adultos e jovens com mais de 12 anos que sofram ainda de pneumonia e necessitem receber oxigênio.
A expectativa é que a Comissão Europeia aprove a recomendação da agência ainda nesta semana.
De acordo com o porta-voz da entidade, "proteger a saúde de todos os cidadãos é uma prioridade central da Comissão Europeia", e a decisão de "agilizar o processo de disponibilizar uma autorização para o remdesivir nos próximos dias comprova o compromisso de assegurar que tratamentos com provas científicas de eficiência no tratamento contra a covid-19 estejam disponíveis para os cidadãos europeus".
"A Comissão toma nota do anúncio feito em relação às doses disponíveis para os EUA", disse também o porta-voz.
O anúncio de Washington provocou temores de uma escassez da droga no resto do mundo, mas pelo menos dois países europeus declararam na quarta-feira que não estão preocupados.
"O Reino Unido possui um suprimento adequado de remdesivir", afirmou um porta-voz do governo britânico. Já na Alemanha, o governo afirmou que "garantiu estoques de remdesivir cedo" e que "atualmente existem reservas suficientes".
O remdesivir é uma terapia experimental que começou a ser desenvolvida em 2009 e foi testada em pacientes com ebola na década passada. Um ensaio clínico americano mostrou que o medicamento reduz o tempo de recuperação em alguns pacientes diagnosticados com o coronavírus.
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