Rússia anuncia êxito em testes de vacina contra o novo coronavírus
De acordo com o Ministério da Defesa russo, um segundo grupo de voluntários teve alta após ensaios clínicos. Autoridades afirmam que todos desenvolveram resposta imunitária e que vacina não provocou complicações. A Rússia anunciou hoje ter concluído com sucesso a fase de ensaios clínicos de uma vacina contra a covid-19. Os testes foram realizados no Hospital Militar Central Burdenko, em Moscou, em conjunto com o Centro Nacional de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya.
As autoridades também anunciaram que "os resultados das análises mostram de forma inequívoca que todos os voluntários desenvolveram uma resposta imunitária como resultado da vacina" e que ela não provocou "reações indesejadas".
Os voluntários foram vacinados em 23 de junho e serão submetidos em 4 de agosto a uma nova série de análises de controle para confirmação dos resultados e inocuidade da vacina. Segundo o Ministério da Defesa, os ensaios clínicos foram realizados "em concordância com a metodologia científica e com a legislação em vigor, sem encurtar os prazos da investigação para que sejam evitados riscos posteriores".
Na quinta-feira passada, Reino Unido, Estados Unidos e Canadá acusaram o país de tentar roubar informações de pesquisadores que procuram uma vacina contra a covid-19. As três nações alegaram que o grupo de hackers APT29 - também conhecido como Cozy Bear e The Dukes e que "quase certamente atua como parte do serviço de inteligência russo" - atacou instituições de pesquisa acadêmicas e farmacêuticas envolvidas no desenvolvimento de uma vacina contra o novo coronavírus. Não foi informado se alguma informação foi realmente roubada.
O Cozy Bear foi identificado por Washington como um dos dois grupos de hackers ligados ao governo russo que invadiu a rede de computadores do comitê nacional do Partido Democrata e roubou e-mails antes das eleições presidenciais de 2016.
A Rússia registra oficialmente mais de 770 mil casos de covid-19 e mais de 12 mil mortes em decorrência da doença. Em todo o mundo, já foram registrados mais de 14,5 milhões de infecções e mais de 606 mil óbitos, segundo levantamento da Universidade Johns Hopkins. Mais de 210 países e territórios registraram infecções desde o primeiro caso reportado na China, em dezembro de 2019, de acordo com a agência de notícias Reuters.
A rápida propagação da doença fez diversos países acelerarem estudos sobre uma vacina capaz de conter o novo coronavírus, chamado de Sars-Cov-2. Pesquisadores de todo o mundo correm contra o tempo para tentar concluir em poucos meses etapas de testes normalmente desenvolvidas ao longo de anos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), no total, existem no mundo 160 iniciativas para desenvolver uma vacina.
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