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Covid-19: a máscara ainda me protege mesmo os outros não a usando mais?

Máscara PFF2 bem ajustada ao rosto oferece alto nível de proteção - iStock
Máscara PFF2 bem ajustada ao rosto oferece alto nível de proteção Imagem: iStock

Esteban Pardo

22/04/2022 16h52

Muitos países ao redor do mundo, inclusive muitos estados brasileiros, flexibilizaram a exigência de usar máscaras como proteção contra covid-19. Mas, se não são todos que a utilizam, vale a pena continuar usando? As máscaras são, sim, eficazes para reduzir o risco de contrair covid-19, mesmo que todos ao seu redor não as usem.

A eficácia, no entanto, varia de acordo com o tipo de máscara. As PFF2 e N95 ajustadas corretamente oferecem proteção 75 vezes maior em comparação com as máscaras cirúrgicas ajustadas corretamente, de acordo com um estudo do Instituto Max Planck de Dinâmica e Auto-Organização, na Alemanha.

"Muitos profissionais de saúde, cientistas que trabalham com patógenos perigosos e trabalhadores que podem ser expostos a partículas perigosas no ar dependem de máscaras especializadas como N95 para proteção, então sabemos que as de alta eficiência e devidamente ajustadas funciona", disse Linsey Marr, professor da Universidade Politécnica de Virgínia (EUA) e especialista em transmissões virais no ar.

O ajuste da máscara desempenha um grande papel na proteção, descobriram os pesquisadores do Instituto Max Planck. Se ela não estiver bem encaixada, envolvendo adequadamente a boca e o nariz, não será tão efetiva. O estudo relatou que as máscaras ajustadas para se encaixarem perfeitamente no nariz bloquearam quatro vezes mais partículas do que as não tão bem encaixadas.

O fim das máscaras?

No início desta semana, um juiz federal dos Estados Unidos retirou a obrigatoriedade do uso de máscara no transporte público, inclusive em voos domésticos. Na Espanha, elas são exigidas apenas no transporte público e nos centros de saúde.

Na Alemanha, o governo acabou com a maior parte das regras contra covid-19 no final de março, apesar de dias antes registrar sua maior taxa de infecção desde o início da pandemia. As máscaras são exigidas oficialmente apenas no transporte público e em centros de saúde, mas em estabelecimentos comerciais os clientes ainda podem ser solicitados a usá-las. Também no Brasil, vários estados flexibilizaram as restrições quanto ao uso de proteção facial.

Em muitas áreas, pela primeira vez desde o início da pandemia, o uso da máscara é voluntário. Muitos especialistas e profissionais da área da saúde, no entanto, criticam a flexibilização como precipitada.

Mudança de mentalidade

O uso de máscara não é novidade para países como o Japão, onde já era comum as pessoas usá-las por causa das condições climáticas.

Há muitos fatores envolvidos na infecção por covid-19, como a distância com a pessoa infectada, o tipo de interação que setem, se o contato ocorreu ao ar livre ou em ambiente fechado e o quão bem ventilado é esse espaço. A possibilidade de contaminação pelo vírus também depende de fatores como o nível de infecciosidade de uma pessoa e sua própria resposta imunológica.

Embora ainda existam dúvidas de como as pessoas são infectadas pelo novo coronavírus, usar a máscara é definitivamente a melhor proteção do que não usá-la, especialmente para pessoas imunocomprometidas ou que têm um alto risco de desenvolver sintomas graves.