Hospitais da Indonésia ficam sem oxigênio na pior onda da covid no país
A Indonésia está enfrentando uma escassez no fornecimento de oxigênio que obrigou alguns hospitais a recusarem pacientes infectados com covid-19 durante o período em que registra o maior aumento de casos desde o início da pandemia.
Apesar das medidas emergenciais em vigor desde sábado, o arquipélago registrou novo recorde de infecções e mortes nesta segunda-feira, o que coloca ainda mais pressão sobre os hospitais, que há mais de uma semana já estavam perto do colapso diante do afluxo de infectados.
As autoridades relataram hoje 29.735 novos casos e 558 mortes, elevando o número total para 2,31 milhões de infecções e 61.140 óbitos causados pela covid-19.
Mortes por falta de oxigênio
Um hospital de Bandung, na ilha de Java e com 2,4 milhões de habitantes, anunciou ontem à noite que, devido à falta de oxigênio, não poderá receber mais pacientes com problemas respiratórios nos próximos dias.
"Devido à indisponibilidade de oxigênio, estamos temporariamente impossibilitados de aceitar pacientes com falta de ar", postou o hospital RS Al-Islam Bandung em sua conta no Instagram, informando que vai reavaliar a decisão na quarta-feira.
A falta de tanques de oxigênio começou na semana passada e está se espalhando por todo o país, embora seja um problema principalmente na ilha de Java, onde residem mais de 50% dos 270 milhões de habitantes do país.
Durante o fim de semana, 63 pacientes com covid-19 morreram no Hospital Sardjito em Yogyakarta, na região central da ilha de Java, quando ficaram sem tanques de oxigênio.
O diretor deste hospital, Rukmono Siswishanto, disse em um comunicado divulgado no domingo que já havia informado às autoridades, incluindo o ministro da Saúde, em várias ocasiões sobre o problema iminente.
Em resposta, o governo indonésio ordenou que a produção de oxigênio para uso médico seja priorizada para atender a uma demanda estimada de 800 toneladas de oxigênio por dia.
Escassez de leitos
Nas últimas semanas, vários usuários publicaram imagens de pacientes nas redes sociais, alguns com pequenos cilindros de oxigênio nas portas de hospitais à espera de um leito disponível.
A Cruz Vermelha já havia alertado na última terça-feira para o risco de colapso nos hospitais na Indonésia, onde, segundo dados oficiais, estão ocupados 47% dos leitos hospitalares, número que chega a 93% no caso de Jacarta.
O organismo internacional acrescentou que o surto está ligado à variante delta, que segundo os especialistas é mais infecciosa.
Confinamento parcial
As autoridades impuseram desde sábado um confinamento parcial e um endurecimento das medidas que vão durar até 20 de julho e que incidem especialmente nas ilhas de Java e Bali.
A ordem não obriga as pessoas a ficarem em casa o tempo todo, mas impõe o fechamento temporário de escolas, recintos religiosos, parques, museus, estádios esportivos, shopping centers, bares e restaurantes, entre outros locais.
Além disso, decreta que os trabalhadores não alocados em serviços essenciais continuem trabalhando em casa, enquanto setores como finanças, alimentação, construção, energia e telecomunicações, entre outros, possam ir para escritórios sob rígidos protocolos de saúde.
Pessoas que desejam viajar longas distâncias devem apresentar certificado de vacinação com pelo menos uma dose e um teste com resultado negativo.
Alguns especialistas em saúde do país alertaram que essas medidas podem não ser suficientes para conter o vírus devido à rápida e extensa disseminação do vírus por todo o arquipélago.
Até o momento, a Indonésia vacinou mais de 5% de sua população com o esquema completo, a maioria com a vacina CoronaVac.
Profissionais de saúde da linha de frente da luta contra a pandemia e outras pessoas totalmente vacinadas foram infectadas pelo vírus e algumas morreram apesar de terem sido inoculadas semanas atrás com o imunizante.
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