Depressão e ansiedade não causam câncer, segundo estudo
A ideia de que a depressão e a ansiedade podem aumentar consideravelmente o risco de desenvolvimento de câncer é difundida, embora vários estudos feitos sobre o tema tenham se revelado inconclusivos.
Um novo trabalho, baseado em dados de mais de 300 mil pessoas na Europa e no Canadá, derruba essa correlação: não há elo direto entre transtornos mentais e tumores cancerígenos.
A pesquisa foi publicada na revista científica Cancer, da Sociedade Americana de Câncer. O trabalho é assinado por pesquisadores da Universidade Centro Médico Groningen, na Holanda, que acompanharam cidadãos da Holanda, do Reino Unido, da Noruega e do Canadá ao longo de 26 anos.
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A principal conclusão do estudo é que as pessoas que tiveram depressão ou ansiedade não apresentaram risco significativamente aumentado de desenvolver câncer de mama ou próstata, apenas para citar dois exemplos.
O trabalho mostra um leve aumento de risco de câncer de pulmão, mas, segundo os cientistas, isso estaria relacionado a outros fatores presentes nestes pacientes, como tabagismo, consumo excessivo de álcool e sobrepeso.
Para alcançar um resultado robusto, Lonneke van Tuijil e sua equipe usaram dados do consórcio internacional Fatores Psicossociais e Incidência de Câncer, que reúne informações de 18 estudos feitos com 320 mil pessoas, ao longo de 26 anos.
Nossos resultados representam um alívio para muitos pacientes de câncer que acreditavam que seu diagnóstico poderia ser atribuído a episódios anteriores de ansiedade ou depressão. Lonneke van Tuijil, uma das autoras do estudo.
No sentido oposto
A relação oposta entre os males, porém, é detectada até com certa frequência. Um estudo do Observatório de Oncologia, por exemplo, chegou a mostrar que a chance de um paciente com câncer desenvolver depressão varia de 22% a 29%.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.