Mortes por diabetes crescem no Brasil, de acordo com estudo
As mortes por diabetes cresceram 47% no Brasil de 1990 a 2006, principalmente entre os homens acima dos 60 anos, segundo dados do estudo Saúde Brasil 2008, do Ministério da Saúde, divulgado nesta quinta-feira (19).
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A doença foi responsável pelo óbito, como causa básica, de 24 a cada 100 mil adultos entre 20 e 74 anos, em 2006, frente a 16,3 há 16 anos. O aumento está ligado ao ganho de peso do brasileiro, que está quase na faixa do sobrepeso.
Homens com mais de 40 anos são os que tiveram maior aumento nas mortes em decorrência do diabetes, 2,3% ao ano. A partir dos 60 anos, o número sobe para 3,5% ao ano. Nas mulheres, as taxas são menores --1% e 1,7% ao ano, respectivamente. Entre os jovens de 20 a 39 anos houve redução de 1,6% para mulheres e 1,5% para homens.
Segundo o médico Marcio Mancini, diretor do grupo de Obesidade e Doenças Metabólicas do Hospital das Clínicas de São Paulo, as mortes causadas pelo diabetes podem ser por insuficiência renal, tromboses, infartos e AVC (Acidente Vascular Cerebral, conhecido como derrame).
Cardiovasculares
Os óbitos por doenças cardiovasculares (infarto e AVC) caíram 20,5%. Mesmo assim, estas doenças mataram, em 2006, 300 mil pessoas, sendo a principal causa de morte no país. Para o médico, tratamentos eficazes impulsionaram a queda.
O risco de morte por doenças cardiovasculares teve redução de 187,9 por 100 mil habitantes, em 1990, para 149,4 por 100 mil habitantes, em 2006. E jovens de 20 a 39 anos estão morrendo menos ainda. Para as mulheres jovens, a queda anual foi de 3,6%, enquanto que para os homens foi de 3,3% ao ano.
As regiões Sul e Sudeste apresentam um declínio mais acentuado desde 1990, enquanto o Nordeste teve aumento.
O AVC, dentre todas as causas de morte por causa de doenças no aparelho circulatório, é a principal com 9,4% dos casos, seguido por doenças isquêmicas do coração, como infarto, com 8,8%. Apesar disso, as mortes por doenças cerebrovasculares caíram 30,9% entre 1990 e 2006.
A diminuição é observada em todas as faixas etárias, tanto nas mulheres quanto nos homens, com maior declínio na região Sul e Sudeste. Um dos fatores indicados como causador da queda na mortalidade está a redução do hábito de fumar.