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Especialistas dão dicas e receitas para acabar com o mal-estar de quem exagerou na ceia

É possível minimizar os estragos causados pelo excesso com medidas simples - Thinkstock
É possível minimizar os estragos causados pelo excesso com medidas simples Imagem: Thinkstock

Luciana Alvarez

Colaboração para o UOL, em São Paulo

25/12/2011 07h00

Depois da fartura na ceia de Natal, a sensação do dia seguinte, às vezes, é a de culpa. "Não deveria ter comido tanto" é uma frase comumente ouvida depois da festa. Mas as promessas de recomeçar o ano trilhando o bom caminho da saúde e da moderação à mesa são bons incentivos para quem exagerou na comilança natalina.

Segundo a nutricionista Roberta Soriano, é possível minimizar os estragos causados no organismo pelo excesso de comida com algumas medidas simples, como consumir muitos líquidos na semana seguinte. “Pode ser água, água de coco, suco de frutas. Isso serve para repor os líquidos perdidos e desintoxicar o organismo”, afirma. A recomendação vale também para quem abusou do álcool e acordou de ressaca. “Deve-se ainda evitar a ingestão de café, refrigerantes e mais bebidas alcoólicas”, aconselha.

Receita de um suco antirressaca

1 folha de couve mineira
1 talo de aipo
1 maçã sem casca
1 colher (sobremesa) de semente de linhaça
1 copo de água de coco (300 ml)
Liquidificar os ingredientes e consumir preferencialmente pela manhã, em jejum
Fonte: nutricionista Roberta Soriano

Soriano sugere um prato colorido, com muitas verduras, frutas e legumes. “São alimentos que contêm grande quantidade de sais minerais, vitaminas e fibras e ajudam a recuperar o funcionamento saudável do organismo.” Nos dias seguintes à ceia, o ideal é dar preferência às carnes magras, em especial aos peixes ricos em ômega-3 – como salmão, sardinha, arenque e cavalinha.

Por fim, deve-se evitar o consumo de alimentos embutidos e industrializados. “Alimentos in natura ajudam a realizar uma boa digestão e não sobrecarregam ainda mais os rins e o fígado”, diz Soriano.

De olho na moderação

Para a endocrinologista Gláucia Carneiro, no entanto, não existe receita ou pratos mais indicados para desintoxicar o organismo após o exagero de comida durante as festas. O que vale mesmo, conta, é reduzir um pouco a ingestão diária de calorias para compensar o que foi ingerido a mais. “Tirar 100 calorias todos os dias já é suficiente. Isso significa reduzir duas colheres de arroz, ou uma barrinha de cereal, ou um doce que se come de sobremesa”, ensina.

A médica alerta que a culpa não se deve levar ninguém a entrar em dietas hipocalóricas, ou seja, reduzir drasticamente a alimentação. “Dietas restritivas podem provocar desnutrição. O indicado é comer pequenas porções várias vezes ao dia”, afirma. Segundo ela, dietas milagrosas não são saudáveis, assim como não se pode simplesmente pular refeições.  “Quando falta comida, o corpo entra em choque e passa a economizar energia”, explica. A pessoa vai, portanto, sofrer muito e não alcançará o resultado esperado.

Outra forma de compensar a comida extra é queimar as calorias com mais exercícios do que de costume. “Se pessoa percebe que comeu mais do que o de costume, para não engordar vai ter que queimar mais calorias fazendo mais atividades”, diz o personal trainer Thiago Arias.

Mas ele avisa que não é para sair correndo por aí sem nenhum preparo ou orientação profissional. “Exercícios precisam de regularidade para fazer bem. Quem não está acostumado não deve sair por aí fazendo atividade só por culpa, que pode acabar tendo algum problema de saúde.”

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De acordo com Arias, há basicamente três formas de aumentar a queima de gordura: aumentando a frequência, a duração ou a intensidade dos exercícios aeróbios. “Se a pessoa correr três vezes por semana, então deve passar a correr quatro ou cinco. Outra opção é correr por mais tempo: se corria 30 minutos, passa a correr 50”, exemplifica. 

Para não quem não tem tempo extra para dedicar à prática de atividades físicas, a solução é fazer um treino mais puxado. Se a pessoa corre a 8km/h, por exemplo, deve passar a correr a 10 km/h, sugere o personal trainer. “Ao aumentar a intensidade, a frequência cardíaca também se eleva, o que faz gastar mais calorias no mesmo tempo de treino”, explica.

Segundo o endocrinologista chefe do departamento de obesidade do Hospital das Clínicas de São Paulo, Marcio Mancini, o prognóstico para quem comeu além da conta é mesmo duro e de longo prazo. “Quem exagerou demora mais para compensar. E não tem jeito: a recomendação é aumentar a atividade física, reduzir gordura e açúcar da dieta”, afirma. Se ficar difícil perder o peso extra por conta própria, o conselho de Mancini é procurar ajuda profissional de um endocrinologista.