Alanis Morissette: "Depressão pós-parto veio segundos depois de dar à luz"
Pouco mais de 14 meses após o nascimento de seu segundo filho, a cantora canadense Alanis Morissette, 43, revelou que ainda sofre com os sintomas da depressão pós-parto. "Tem dias que eu estou tão debilitada que mal consigo me mexer", disse em entrevista à revista People.
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Essa não foi a primeira vez que a doença acomete Alanis. A vencedora do Grammy teve sua primeira experiência com a depressão pós-parto logo após seu primeiro filho nascer, há seis anos e meio. Ela imediatamente começou a sentir dores intensas, insônia, letargia e visões "terrivelmente assustadoras" de sua família sendo machucada. Alanis foi apenas diagnosticada com o distúrbio 16 meses depois.
Na segunda gravidez, a depressão retornou "segundos depois" do nascimento de Onyx, em junho do ano passado. "Eu costumava ser uma rocha, provendo, protegendo e guiando. Isso me fez questionar tudo. Eu me conhecia como alguém que tinha um incrível poder de decisão e uma líder que as pessoas podiam contar. [Agora] eu mal consigo decidir o que comer no jantar", disse.
Depressão materna impacta a família toda
A depressão pós-parto acomete 15% das mulheres no puerpério. Neste quadro, a mulher pode tanto rejeitar o bebê quanto superproteger a criança, não deixando que ninguém a toque, nem mesmo o próprio pai.
Alanis diz que a doença também é desafiadora para seu marido Mario "Souleye" Treadway. "Minha maior prioridade é que fique claro aos meus filhos o quanto são amados", disse. "Pobre Souleye, que as vezes pega resquícios da minha exaustão no fim da noite. Até segurar as mãos nesse ponto é uma experiência profundamente íntima."
Remédios e terapia são indicados como tratamento
Um dos fatores de risco para a depressão pós-parto é o confinamento das mães em casa com os bebês. Para evitar isso, os médicos recomendam que elas saiam para tomar sol e que tirem pelo menos uma hora do dia para si. Além disso, medicamentos e psicoterapia são importantes, para que a nova mãe aprenda a lidar com a culpa.
Alanis contou à revista que a depressão dessa vez veio quatro vezes pior e que está controlando com uma combinação de medicamentos e terapias homeopáticas, exercícios diários, sessões de terapia e canalizando suas dificuldades em música. "Eu escrevi muitas, muitas músicas nos últimos três meses", disse. "Era uma música por dia. Eu tive que compor, ou ia implodir."
Problema pode ser causado por alguma complicação durante a gravidez
Um estudo de 2015 documentou vínculos inesperados no período e na severidade dos sintomas da depressão materna, podendo auxiliar mães e médicos a melhor antecipá-la e a tratar o problema. Publicado na "Lancet Psychiatry", ele constatou que, nas pacientes com sintomas mais severos -pensamentos suicidas, pânico, choro frequente -, a depressão, geralmente, começava durante a gravidez, não após o parto, como se costuma pensar.
Em geral, mulheres com depressão moderada desenvolveram os sintomas após dar à luz e, com maior probabilidade do que as com depressão severa, tiveram complicações durante a gravidez, tais como pré-eclâmpsia, diabetes gestacional ou hipertensão. Mulheres com depressão severa, no entanto, relataram complicações com maior frequência durante o parto.
No caso de Alanis, ela está tentando encontrar o caminho para voltar ao normal. "Há pessoas que perguntam 'Onde está a velha Alanis?' e eu só penso, 'Bem, ela está aqui. Ela está tendo um minuto', disse a cantora. "Eu só sei que existe uma luz no fim do túnel."
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