HIV não é transmitido sexualmente, se carga viral for indetectável
Experimentos clínicos ao longo dos anos mostraram que pessoas com HIV que fazem terapia antirretroviral e têm uma carga viral indetectável não podem transmitir sexualmente o vírus a uma pessoa HIV negativa. Anunciado em julho na 9ª Conferência da Sociedade Internacional da Aids, o resultado agora é a política oficial dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), nos Estados Unidos.
O CDC aderiu ao lema indetectável = intransmissível (I = I), um passo que ajudará a desafiar o estigma que as pessoas infectadas com o HIV ainda enfrentam hoje. De acordo com o órgão, “indetectável” é a condição dos soropositivos que atingiram a supressão do vírus, graças à terapia antirretroviral, o "coquetel" anti-HIV.
"Em três estudos diferentes, incluindo milhares de casais, atos sexuais sem o uso de preservativo ou PreP (profilaxia pré-exposição ao HIV) --estratégia para evitar o contágio, com a utilização de um medicamento antirretroviral por pessoas não infectadas--, não foram observadas transmissões para um parceiro sem o vírus, quando a pessoa HIV positiva foi reprimida viralmente", disse a carta do CDC sobre a prevenção do HIV/AIDS. "Isso significa que as pessoas que tomam o antirretroviral diariamente e mantêm uma carga viral indetectável não têm efetivamente risco de transmissão sexual do vírus para um parceiro HIV negativo".
Estigma atrapalha o tratamento
A declaração do CDC também acrescentou que as instituições e a ignorância ainda impedem as pessoas de obter o cuidado e o tratamento de que precisam. Eles notaram os obstáculos que muitos enfrentam para ter acesso ao antirretroviral: sistemas de saúde inadequados, pobreza, racismo, homofobia, bifobia, transfobia e criminalização.
"Educar a população em geral sobre "I = I" tem o potencial de colocar um fim no estigma que seguiu as pessoas que vivem com o HIV nos últimos trinta anos. Uma vez que as pessoas sabem que você não é infeccioso, elas são mais capazes de enxergar além do vírus e ver quem você é", disse o ativista de HIV Tom Hayes ao site “IFLScience”.
"Mais e mais órgãos públicos estão reconhecendo e apoiando a mensagem "I = I", dando mais credibilidade. O que precisamos agora é uma campanha de informação pública em todas as formas de mídia para mostrar ao público em geral que o "I = I" muda tudo."
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