Ser resiliente é uma das chaves para chegar bem à velhice
Capacidade de lidar com problemas, adaptar-se a mudanças, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas. Essa é a definição de resiliência, uma das palavras mais faladas durante a manhã do 12º Fórum da Longevidade, que ocorre nesta quarta-feira (18), em São Paulo.
“Uma das grandes competências do século 21 é ser resiliente. Temos que, permanentemente, aceitar e nos adaptar”, disse a médica geriatra Claudia Burlá. “O declínio funcional do corpo irá acontecer e teremos que lidar com isso. Uma hora os órgãos param de funcionar, cada um no seu ritmo, as doenças se instalam. Temos que estar o tempo todo ouvindo a voz do nosso corpo e é aí que entra a antecipação e a prevenção.” E a aceitação.
A importância do otimismo
Segundo Claudia, ao longo da vida, é preciso fazer uma reserva cognitiva --ou seja, acumular informações e experiências. Essa é a resiliência cognitiva, que ajuda a compreender melhor os desafios da vida. "E, para isso, o otimismo é essencial, assim como a autoeficiência e a autoestima."
Estimular a mente e manter a positividade é, inclusive, um dos lemas de Gabrielle Kelly, que também participou do Fórum e é diretora do Centro de Resiliência e Bem-estar, na Austrália. “O bem-estar e a resiliência são é ensináveis”, garante ela.
No centro em que Gabrielle trabalha, pessoas de todas as idades recebem treinamento baseado na cartilha "Perma+". As letras da palavra correspondem a emoções positivas (positive emotions), engajamento (engagement), relacionamentos (relationships), significado (meaning) e realização (accomplishment). O “+” indica que precisamos de mais atividade física, alimentação saudável, sono e otimismo.
“Quem não irá se sentir melhor unindo tudo isso?”, perguntou a australiana. “O otimismo é essencial para os seres humanos e para a resiliência. Queremos continuar úteis e precisamos nos tornar adaptáveis para isso.” Segundo ela, o ideal seria que esse conhecimento chegasse a toda a sociedade.
A maratona começa agora
Manter o corpo e a mente ativa ao longo da vida também é imprescindível para uma velhice saudável. E desde cedo. “Doenças crônicas comuns na velhice podem ser prevenidas e controláveis através da atividade física e da alimentação saudável”, afirmou o gerontólogo Alexandre Kalache. “Coloque mais cor e menos quantidade no seu prato. Não fume e evite o excesso de álcool. Controlar esses quatro fatores faz com que desviemos da maioria das doenças e vivamos mais e melhor.”
Claudia complementa: “Entender o que está acontecendo com o nosso corpo e ouvir a voz dos nossos órgãos nos ajuda a antecipar os problemas. Cuidar na nossa saúde é o nosso maior patrimônio.”
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