Óleo de coco emagrece? Leia 5 mitos e verdades sobre seu uso
O óleo de coco figura em um dos alimentos mais polêmicos dos últimos tempos. Mas, afinal, o que é fato e o que é lenda sobre as principais alegações em relação ao seu uso?
1. Ajuda na perda de peso
Mito. A origem dessa crença se deve, em grande parte, a um estudo feito pela nutricionista Marie-Pierre St-Onge, professora associada de Medicina Nutricional na Universidade de Columbia, Estados Unidos. Na pesquisa, ela descobriu que os triglicerídeos de cadeia média, um tipo de gordura presente em certos alimentos, aceleram o metabolismo e, dessa forma, levam ao aumento do gasto calórico e conseqüente perda de peso.
O óleo de coco, de fato, possui esse tipo de gordura, e numa quantidade mais alta do que em outros óleos. No entanto, ainda assim fica muito aquém da quantidade de triglicerídeos de cadeira média do produto utilizado na pesquisa --um óleo especial feito 100% por eles, enquanto o óleo de coco possui 13%. Outro estudo realizado pela mesma nutricionista revelou que pequenas doses desse tipo de gordura não foram capazes de diminuir o peso em adolescentes obesos.
No Brasil, duas entidades --a SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia) e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica-- emitiram um comunicado oficializando sua posição a respeito das alegações de que o óleo de coco ajudaria a emagrecer. De maneira resumida, o documento diz que não há qualquer evidência nem mecanismo fisiológico de que o óleo de coco leve ao emagrecimento. E finaliza: “A SBEM e a ABESO posicionam-se frontalmente contra a utilização terapêutica do óleo de coco com a finalidade de emagrecimento, considerando tal conduta não ter evidências científicas de eficácia e apresentar potenciais riscos para a saúde.”
2. Reduz o risco de doenças cardiovasculares
Mito. Uma das hipóteses para essa afirmação reporta à estudos feitos nos anos 1960, que mostraram que populações de ilhas do Pacífico, cuja dieta incluía óleo de coco, um insumo abundante na região, apresentaram níveis baixos de doenças do coração, além de serem magros e ativos. Na época, a dieta era basicamente composta por peixe, frutas e tubérculos, sem alimentos industrializados, gordura em excesso, açúcares, álcool e laticínios. Hoje, a alimentação do povo das ilhas mudou, e, embora ainda inclua o óleo de coco, sua população mais velha é majoritariamente obesa e houve aumento nas doenças coronarianas. Além disso, por ser composto 90% por gordura saturada, o óleo de coco pode elevar o LDL (mau colesterol) — e não há estudos confiáveis que comprovem que ele aumenta o HDL (bom colesterol). E, ainda que essa última alegação seja verdade, vale saber que um tipo de colesterol não “compensa” o outro. O LDL alto representa mais risco de doenças do coração, mesmo que tenha o HDL também seja alto.
3. Mata vírus e bactérias
Mito. A justificativa para essa afirmação é a de que o óleo de coco é rico em uma substância chamada monolaurina, derivada do ácido láurico e que possui propriedades antibacterianas e antivirais. No entanto, faltam estudos que comprovem que o óleo de coco seria, de fato, eficiente nesse quesito --e em quais quantidades.
4. Hidrata a pele e o cabelo
Verdade. Rico em vitamina E e ácidos graxos, o produto pode, sim, beneficiar pele e cabelo --se eles precisarem de reposição de nutrientes. Caso contrário, pode deixar o cabelo oleoso e até dar alergias cutâneas. Uma solução? Usar produtos que contenha o óleo na fórmula, mas evitar usá-lo diretamente no cabelo ou pele.
5. Limpa os dentes
Mito. O bochecho com óleo vegetal para limpeza dos dentes vem da Índia e faz parte da rotina diária do Ayurveda, medicina tradicional do País. Para seus adeptos, a prática eliminaria toxinas da boca. Qualquer óleo pode ser usado, mas o de coco é um dos preferidos. No entanto, o oil pulling, como é conhecido, é visto com reservas entre os médicos ocidentais, pela falta de evidências científicas que comprovem seus benefícios.
Fontes: Cintia Cercato, Diretora do Departamento de Obesidade da SBEM (SP), Isabela Pimentel Mora, nutricionista membro do núcleo de Nutrição da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SP), Ralcyon Teixeira, infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas (SP), Mônica Aribi, dermatologista (SP), Fábio Rebucci, dermatologista e professor-assistente da Faculdade de Medicina do ABC (SP) e Osmir Batista de Oliveira Junior, professor da Faculdade de Odontologia na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), em Araraquara (SP).
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