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Longevidade

Práticas e atitudes para uma vida longa e saudável


Sono é vital para envelhecer bem e falta dele é até ligada ao Alzheimer

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Imagem: Getty Images

Alexandre Sinato

Colaboração para o VivaBem

27/11/2017 04h00

Você trabalha, estuda, cuida da família e da casa. Quando percebe, já está tarde e ainda não deitou para dormir. Quanto mais isso se repete, pior para sua saúde. Hoje e no futuro. Dormir é como se alimentar e matar a sede: é uma necessidade fisiológica que impacta diretamente no seu organismo. Por isso, valorize o seu descanso.

"É preciso obedecer a demanda do corpo e dormir quando ele pede. O importante é dormir quando estiver cansado e despertar descansado. A preocupação excessiva e a falta de sono podem aumentar o risco de hipertensão, doenças degenerativas, ansiedade e depressão", explica Leonardo Ierardi Goulart, neurologista especialista em sono do Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

Os impactos da falta de sono no corpo

Um estudo recente da Escola de Medicina da Universidade de Bonn, na Alemanha, mostrou que a falta de sono aumenta a pressão sanguínea e sobrecarrega o coração já no curto prazo, aumentando a força dos batimentos (contratilidade) e sua frequência. A pesquisa analisou médicos da própria universidade que enfrentam turnos de 24h de trabalho.

"Dormir mal piora a qualidade de vida. Quem tem restrição de sono, por exemplo, tem maior risco de desenvolver hipertensão e ter um infarto agudo do miocárdio por culpa do descanso insuficiente", alerta Geraldo Lorenzi Filho, diretor do Laboratório do Sono do Instituto do Coração (Incor) e vice-presidente da Associação Brasileira do Sono (ABS).

Dormir mal também afeta seu cérebro

Sono, insônia, dormir bem - Getty Images - Getty Images
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O cérebro também sofre com isso. Afinal, é durante o sono que o organismo faz uma "limpeza geral", retirando toda a sujeira química acumulada no metabolismo. "Quem dorme pouco acaba acumulando mais radicais livres e estressa e inflama o cérebro. Para piorar, muitas vezes algumas pessoas ainda tomam remédios que estimulam o sono sem necessidade. A conta vem a longo prazo: depressão, estresse, pressão alta, arritmia e doenças cardíacas", aponta Goulart.

A preocupação com a falta de sono e com o descanso ineficaz já dispara alertas mundiais. "Os problemas do sono constituem uma epidemia global que ameaça a saúde e a qualidade de vida de até 45% da população mundial", divulgou a Associação Mundial de Medicina do Sono (WASM), chamando a atenção para a abrangência do assunto.

E uma das causas para esse problema é o mau uso da tecnologia. Atualmente, os celulares são companheiros de muita gente nos momentos antes de dormir, além dos computadores e das televisões.

"Essa luminosidade dos aparelhos atrasa nosso sono, então você fica excitado antes de dormir e atrasa seu sono, mas de manhã o despertador toca. Hoje existe uma restrição crônica do número de horas de sono", analisa Geraldo Lorenzi Filho, diretor do Laboratório do Sono do Instituto do Coração (Incor) e vice-presidente da Associação Brasileira do Sono (ABS).

Alzheimer e o sono

Estudo recente publicado no Neurology, periódico oficial da Academia Americana de Neurologia, associa a falta de sono à maior chance de desenvolver Alzheimer. Segundo Geraldo Lorenzi, a preocupação é real, embora não seja possível, por enquanto, determinar uma relação efetiva de causa e consequência.

"O sono é o momento de limpeza do sistema neurológico, é quando o sistema limpa os acúmulos da atividade celular e os radicais livres, então essa análise faz sentido", opina.

O que está comprovado é que algumas consequências da falta de descanso podem elevar as chances de demências. "O risco é maior quando a pessoa 'força a barra': ficar uma semana dormindo 3h por noite e depois tentar compensar dormindo 48h seguidas não adianta, pois a pessoa já forçou o corpo e o sono perdido não é reposto", argumenta Leonardo Goulart.

Como melhorar as horas de sono?

Não existe uma fórmula mágica. Mas, na verdade, os especialistas indicam uma solução simples: adotar hábitos saudáveis. E os melhores conselhos são aqueles que nossas avós já nos davam: ter um horário regular para dormir, não ir para a cama tarde, fazer exercício físico, ter uma alimentação saudável e não ficar com aparelhos luminosos na cama.

Leonardo Ierardi, do Albert Einstein, acrescenta: "É só ficar atento se há excesso de atividade mental antes de dormir ou excesso de sonolência quando deveria estar acordado. Se esses sinais de desequilíbrio forem rotineiros, é preciso procurar um especialista", completa.

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