Fitoterápicos: por que você deveria ter cuidado ao se medicar com plantas
Alternativas à medicina tradicional se popularizam cada vez mais, aumentando a busca por tratamentos naturais, como a fitoterapia. Conhecida como a medicina das plantas, a prática manipula ervas para a cura de doenças e redução de sintomas, sem a combinação de substâncias químicas. Mas apesar de parecer uma prática inofensiva, alguns cuidados são necessários.
A ideia de usar plantas para tratar doenças obviamente não é ruim. Segundo a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, estima-se que aproximadamente 40% dos medicamentos atualmente disponíveis foram desenvolvidos direta ou indiretamente a partir de fontes naturais, como a aspirina, com princípios do salgueiro, e os corticoides, derivados do inhame.
“Diferente dos remédios sintéticos, o fitoterápico tem tradição de uso (o que dá embasamento para maior segurança e eficácia), composições químicas complexas (com efeitos geralmente sinérgicos e protetores), e atua geralmente de modo mais suave e com menores efeitos colaterais e adversos”, explica Luis Carlos Marques, farmacêutico e coordenador da Comissão Assessora de Plantas Medicinais e Fitoterápicos do CRF (Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo).
Contudo, ainda assim, Marques afirma que é preciso tomar cuidado. Misturar um simples AAS (ácido acetilsalicílico), usado para impedir a formação de coágulos, com um medicamento fitoterápico para a memória, a base da planta ginkgo biloba, por exemplo, pode levar à morte. Combinar as duas substâncias pode causar hemorragias em várias artes do organismo, como na órbita ocular, ou manchas roxas pelo corpo. No cérebro, as consequências podem ser fatais.
“Como qualquer medicamento, se mal utilizado, pode ser prejudicial”, alerta o farmacêutico. Marques diz que a fitoterapia funciona melhor em quadros preventivos e leves, como má-digestão, insônia e ansiedade, dores em geral, gastrite, ferimentos de pele ou problemas da vesícula biliar (intolerância a alimentos gordurosos). A princípio, não há restrições, salvo doenças graves com risco de vida como pneumonia e câncer --nesses casos um tratamento mais poderoso é indicado. Mas alguns cuidados básicos, como evitar misturar medicamentos e, na ocorrência de alterações, interromper o uso e buscar ajuda, são indicados para evitar problemas maiores. O acompanhamento médico é essencial, assim como informar-se das doses indicadas.
A pedido do UOL, o farmacêutico ainda separou cinco alertas para quem opta pelo tratamento com plantas medicinais:
Anticoagulantes sintéticos
Os fitoterápicos podem alterar de modo expressivo a coagulação sanguínea, podendo levar a hemorragias. Alho, gengibre, salsinha, ginseng e guaco estão entre eles. Por isso é bom evitar a associação dessas plantas a anticoagulantes sintéticos como AAS, warfarina e Xarelto.
Diabéticos, cuidado
Há várias plantas que baixam a glicemia, muito usadas por diabéticos. Mas elas também podem baixar demais a concentração de glicose no sangue, se usadas em altas doses ou junto com medicamentos antidiabéticos sintéticos.
Atente-se as alergias
Há muitas plantas que causam alergia, principalmente as 'margaridas', como camomila, arnica, calêndula, alcachofra. A qualquer sinal de hipersensibilidade, suspenda o uso e consulte um médico.
Fibras x vitaminas
Chia, guar e aveia são usadas para evitar a absorção de açúcar e gordura pelo organismo, prevenindo problemas a diabéticos ou evitando aterosclerose. Porém, essas plantas também atrapalham a absorção de ingredientes úteis à saúde como vitaminas ou medicamentos, se tomados juntos.
Hypericum
Essa planta é a mais famosa por interagir negativamente com vários sintéticos, como anticoncepcionais, digoxina, cafeína, warfarina e ciclosporina. Mas diversas plantas podem também interagir negativamente. Sempre avise o médico sobre qual medicamento você está tomando, antes de começar o tratamento com as plantas.
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