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Cirurgia que separou siamesas durou 12 horas e teve 3 meses de preparação

Gêmeas siamesas antes da bem-sucedida operação - ReproduçãoYouTube/Bambino Gesù
Gêmeas siamesas antes da bem-sucedida operação Imagem: ReproduçãoYouTube/Bambino Gesù

Da ANSA

Em Roma, na Itália

21/12/2017 18h39

O hospital pediátrico Bambino Gesù (Menino Jesus), situado em Roma, capital da Itália, e administrado pela Igreja Católica, realizou uma bem-sucedida cirurgia de separação em gêmeas siamesas originárias do Burundi, pequeno país da África Subsaariana.  

As meninas têm sete meses de idade, estavam unidas pela região sacral, no fim da coluna vertebral, e compartilhavam a medula espinhal e o reto, porção final do intestino grosso. A intervenção, feita em 30 de novembro, durou 12 horas e envolveu quatro equipes e 25 pessoas, sob coordenação de Pietro Bagolan, diretor do departamento de cirurgia neonatal do hospital.  

Operação siamesas - Reprodução/YouTube/Bambino Gesù - Reprodução/YouTube/Bambino Gesù
Imagem: Reprodução/YouTube/Bambino Gesù
É apenas a terceira vez na história que o Bambino Gesù faz uma cirurgia bem sucedida de separação de gêmeos siameses, sendo que a primeira ocorreu no início da década de 1980, e a segunda, em outubro passado, em duas meninas da Argélia unidas pelo tórax e pelo abdômen.  

A operação fez parte do programa de missões humanitárias do hospital pediátrico da Santa Sé, que atendeu cerca de 100 casos de todo o mundo nos últimos dois anos. A preparação para a cirurgia levou três meses, e cada etapa da intervenção foi estudada e planejada com auxílio de impressoras e ressonâncias 3D.  

Entre as várias tipologias de gêmeos siameses, os casos de união pela parte posterior do corpo são alguns dos mais raros, totalizando apenas 1% do total. Em 75% das vezes, as crianças não sobrevivem sob essa condição.  

"O desafio dessa intervenção foi separar a medula espinhal sem sacrificar as várias raízes nervosas, reconstruir rapidamente o saco dural para evitar a perda de líquido espinhal e recriar a área reto-anal, mantendo o funcionamento do esfíncter", explicou Bagolan.

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