Quantas vezes por dia realmente é necessário passar o fio dental?
Esta é uma questão polêmica. Algumas pessoas usam o fio dental três ou quatro vezes por dia, sempre que escovam os dentes. Outras apenas uma, antes dormir, quando estão sem pressa e podem caprichar na higienização bucal --e também tem aqueles que só utilizam o fio se algum pedaço de comida fica entre os dentes. Mas o que você deve fazer para manter sua boca sempre saudável e livre de problemas?
Por mais simples que possa parecer, o uso do fio dental tornou-se o centro de um debate sobre higiene bucal. Tudo começou quando o governo norte-americano removeu a indicação de uso diário desse item a partir da versão 2015-2020 da Dietary Guidelines for Americans, um conjunto de recomendações que os departamentos de Agricultura, Saúde e Serviços Humanos liberam a cada cinco anos. A justificativa foi que "a eficácia do fio dental nunca foi pesquisada, conforme necessário".
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A American Academy of Periodontology (Academia Americana de Periodontologia) respondeu que, na verdade, o uso de fio dental é uma parte importante da higiene bucal diária. Apesar de reconhecer que os estudos que demonstram isso costumam ser deficientes, a entidade acredita que "na ausência de pesquisa de qualidade, os pacientes devem continuar utilizando o fio dental como parte de seu hábito diário de higiene".
A American Dental Association (Associação Dental Americana) também divulgou um comunicado dizendo que os limpadores interdentais, como o fio dental, são "parte essencial do cuidado de dentes e gengivas". Ou seja: de acordo com especialistas no assunto, o fio dental é importante, sim.
Qual é a frequência ideal de uso?
O fio dental deve ser utilizado preferencialmente antes da escovação, depois de cada refeição. Ou, no mínimo, uma vez ao dia, na escovação noturna. "Com ele é possível higienizar a face interproximal dos dentes, que corresponde a aproximadamente 35% da superfície dental, e não é alcançada pelas cerdas da escova", ressalta Sandra Kalil Bussadori, conselheira do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP).
É bom lembrar ainda que este bom hábito deve se iniciar na infância, quando as crianças ganham os primeiros dentes de leite. O ideal é passar o fio em todos os sulcos gengivais até o último dente. Mas, atenção: para cada um deles, deve ser empregada uma parte nova do fio. A técnica deve ser individualizada diante da faixa etária, habilidades motoras e necessidades de cada um. Portanto, o melhor é consultar o dentista e aprender o melhor jeito para você.
Por qual motivo ele é útil?
Helenice Biancalana, diretora do Departamento de Prevenção e Promoção de Saúde da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas, explica que a não utilização do fio dental pode causar doenças, como mau hálito e gengivite, além de cáries. A gengivite, aliás, é o primeiro estágio de problema nas gengivas, que pode evoluir para a periodontite. A doença é uma inflamação das gengivas em combinação com a perda óssea. Quando não tratada, a periodontite pode levar à perda do dente.
Qualquer dentista consegue descobrir rapidamente quando um paciente não toca há tempos em um fio dental. Não usar o fio gera acúmulo de placa microbiana (restos alimentares) na região sub-gengival, o que causa vermelhidão, sangramento ao toque da escova e sinais de inflamação. Por isso, além de fazer bem seu trabalho em casa, não esqueça de marcar um check-up com o dentista no mínimo a cada seis meses.
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