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Comida gordurosa causa danos semelhantes aos provocados por bactérias

Getty Images
Imagem: Getty Images

Do VivaBem, em São Paulo

12/01/2018 14h05

A maioria das pessoas sabe que comer fast-food não atrapalha só a meta de emagrecer, mas também a saúde. E cientistas descobriram um novo prejuízo que uma refeição gordurosa traz para nosso corpo. De acordo com um estudo publicado na revista Cell, o corpo reage a esses alimentos como se fossem uma infecção bacteriana.

A descoberta foi feita por pesquisadores da Universidade de Bonn, na Alemanha, em testes com ratos. Os animais receberam por um mês uma alimentação rica em gordura e açúcar e com poucas fibras. Resultado? Eles desenvolveram uma forte resposta inflamatória, semelhante à de uma infecção por bactéria no organismo.

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“A dieta não saudável levou a um aumento inesperado do número de células imunes no sangue dos ratos, especialmente granulócitos e monócitos. Essa foi uma indicação para o surgimento de células imunes na medula óssea”, explica Anette Christ, pesquisadora da Universidade de Bonn e uma das autoras do estudo.

A ativação de células imunes na medula óssea ocorre quando o corpo detecta problemas graves. “Recentemente, descobrimos que o sistema imune inato tem uma ‘memória’. Após uma infecção, as defesas do corpo permanecem em estado de alerta para que possam responder mais rapidamente a um novo ataque”, explica Eicke Latz, diretor do Instituto de Imunidade da Universidade de Bonn e também autor do estudo.

Esse fenômeno é chamado de treinamento imune inato. Nos camundongos, ele não foi desencadeado por uma bactéria, mas por uma dieta com as características das fast-foods.

Outra constatação preocupante é que, quando a alimentação dos animais se tornou saudável (com cereais), a inflamação aguda só foi desaparecer depois de um mês, mesmo assim, a “reprogramação genética” das células imunes permaneceu ativa.

Os autores explicam que essas respostas inflamatórias são perigosas, pois podem acelerar o desenvolvimento de doenças vasculares, diabetes tipo 2 e aumentar o risco de problemas ainda mais graves, como acidente vascular cerebral (AVC) e ataque cardíaco.

“Essas descobertas, portanto, têm relevância social importante. Os fundamentos de uma dieta saudável precisam fazer parte da educação. Somente dessa maneira poderemos impedir que crianças sejam influenciadas pela indústria de alimentos”, defende Latz.

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