Por que alimentos processados, como os lanches fast-food, não estragam?
Vira e mexe aparece alguém na internet que resolveu fazer um experimento com os hambúrgueres ou batatas de redes de fast-food. O “cientista” em questão observa os lanches por meses ou anos e, inacreditavelmente, nada acontece. Os sanduíches simplesmente não estragam. Se quiser testar sua paciência, é só assistir.
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Mas por que será que esses alimentos ficam ilesos ao processo de decomposição? Em um comunicado, o McDonald’s respondeu a essa pergunta e disse que os sanduíches estragam sim, mas em condições específicas.
A rede conversou com Keith Warriner, diretor do departamento de ciências alimentícias e controle de qualidade da Universidade de Guelph, no Canadá, e o cientista explicou o motivo de os lanches serem imperecíveis: “A realidade é que os hambúrgueres, batatas-fritas e nuggets do McDonald’s são como qualquer outro tipo de comida e estragam se mantidos em condições favoráveis a bactérias".
De acordo com Warriner, os micróbios responsáveis pela decomposição necessitam de água, nutrientes, calor e tempo para crescer. Se tirarmos um ou mais desses elementos, as bactérias não se desenvolvem e não estragam a comida.
No caso desses lanches, por exemplo, a carne perde água em forma de vapor durante o preparo e o pão, ao ser tostado, também perde água. Ou seja, depois de pronto, o hambúrguer está praticamente seco.
“Então, sem água, o lanche simplesmente seca, ao invés de apodrecer"
Segundo Warriner, se o sanduíche ficar em um ambiente com bastante umidade, como o banheiro, ele apodrecerá.
O cientista, no entanto, não cita que a quantidade de conservantes que um alimento processado tem também altera sua data de validade. Quanto mais conservante, maior a durabilidade.
“Alimentos processados são aqueles desenvolvidos pela indústria alimentícia, em que há a adição de componentes como açúcar, sal e conservantes para melhorar o sabor, o aroma, a textura e, claro, aumentar seu prazo de validade”, explica Aline Martins de Carvalho, nutricionista do Grupo de Estudos Epidemiológicos e Inovação em Alimentação e Saúde da Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo).
Entre esses aditivos, liberados pela Anvisa, estão os conservantes, que retardam o crescimento de microrganismos que causam a deterioração do alimento. De acordo com o ITAL (Instituto de Tecnologia de Alimentos), da Secretaria de Agricultura de São Paulo, a inclusão de conservantes nos alimentos é fundamental para a segurança alimentar, uma vez que garante a disponibilidade do alimento e reduz perdas e desperdícios consideravelmente. Mas o mais saudável, mesmo, é sempre optar pelo produto in natura.
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