Como funciona 'treino de um minuto' do crossfit e quais os riscos?

Quem é "crossfiteiro" provavelmente já se deparou com a sigla Emom (Every Minute On a Minute) em seu treino.

No método, você tem um minuto para realizar um exercício proposto, de forma intensa, e descansar. Exemplo: digamos que você deve fazer dez agachamentos. Caso complete os movimentos em 30 segundos, terá outros 30 segundos de pausa. Se terminar em 50 segundos, terá 10 segundos de intervalo.

Vale ressaltar que o descanso é obrigatório. Ou seja, você não pode realizar o exercício em um minuto exato. Precisa terminá-lo antes desse tempo.

O Emom é usado durante a parte técnica da aula de crossfit (momento em que os alunos aprendem como executar corretamente os exercícios) ou no WOD (Workout of the Day), que é o treino do dia.

O método pode ser aplicado em inúmeras modalidades — como treinamento funcional, ciclismo, corrida — e tem um aspecto motivacional espetacular, devido ao desafio que impõe, além de trazer vários benefícios para o físico.

Menos gordura, mais força e resistência

Por ser um treino com capacidade infinita, é possível elaborar treinos Emom com os mais diversos objetivos: melhora da força, condicionamento aeróbico, emagrecimento ou ganho de resistência muscular. Tudo vai depender dos exercícios prescritos pelo professor.

Dá para fazer um Emom com poucas repetições e carga elevada, para desenvolver força. Ou mais repetições e carga baixa, para focar no ganho cardiorrespiratório. O treino pode durar de cinco a 45 minutos.

A única coisa que deve permanecer, não importa o objetivo, é o foco na alta intensidade, peça-chave das aulas de crossfit.

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Para trazer bons resultados, os treinos com Emom devem ser muito bem elaborados, o que não é fácil. Se mal estruturadas, as sessões podem ser muito desgastantes ou fáceis demais.

Falta de controle do professor pode ser problema

Esse tipo de atividade não dá ao profissional de educação física total controle sobre a execução do aluno. É que cabe a você, por exemplo, decidir se fará as repetições o mais rápido possível, para descansar por um tempo maior, ou devagar, para se poupar do esforço.

A tentativa de executar os movimentos rapidamente, por sua vez, pode resultar em lesões.

Fontes: João Abreu, head coach da Crossfit Brasil; Eduardo Netto, diretor-técnico da academia Bodytech; Paulo Roberto Correia, fisiologista do exercício da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

*Com informações de matéria publicada em fevereiro de 2018

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