Cientistas revelam o que acontece no cérebro quando estamos inconscientes
Quando os pacientes são submetidos a uma cirurgia extensa, eles geralmente recebem uma anestesia que os deixam inconscientes. Mas o que será que passa na nossa cabeça durante esse tempo que estamos "apagados"?
Foi para responder a essa pergunta que pesquisadores da Michigan Medicine escreveram três artigos, em que tentam compreender como as redes cerebrais se fragmentam nos vários estados de inconsciência. Na pesquisa, a equipe também estuda como avaliar o que acontece no cérebro. O objetivo é ter anestesias mais seguras, além de compreender o que acontece com os pacientes que tiveram algum dano cerebral.
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"Trabalhamos há uma década para entender como os aspectos espaciais e temporais da função cerebral se desintegram durante a inconsciência, como podemos medir essa quebra e as implicações para o processamento da informação", diz UnCheol Lee, um dos autores do estudo.
A base vem de uma teoria produzida por George A. Mashour, outro autor da pesquisa, durante sua residência em anestesiologia. "Sugeri que a anestesia não funciona desviando o cérebro, e sim isolando processos em certas áreas cerebrais. Em vez de uma rede cerebral altamente conectada, a anestesia resulta em uma série de ilhas com cognição e processamento isolados", afirma Mashour.
No estudo publicado no Journal of Neuroscience, a equipe analisou diferentes áreas do cérebro durante a sedação, a anestesia cirúrgica e o estado vegetativo.
"Diferentes áreas do cérebro que tipicamente falam umas com as outras ficam sem sincronia durante a inconsciência. Nós mostramos que nos estágios iniciais da sedação, a linha de tempo de processamento de informações é muito mais longa e as áreas locais do cérebro estão mais bem conectadas", diz Anthony Hudetz, o terceiro autor do estudo.
Na pesquisa publicada na Frontiers in Human Neuroscience, a equipe investigou como o cérebro integra e desintegra as informações e como isso pode ser mensurado.
Já no último artigo, publicado na Trends in Neurosciences, o objetivo era estudar mais sobre a inconsciência.
"Examinamos a inconsciência em três condições diferentes: fisiológicas, farmacológicas e patológicas. Descobrimos que durante esse período, a conectividade interrompida no cérebro e uma maior modularidade criam um ambiente inóspito para a transferência eficiente de informações", diz Mashour.
Os pesquisadores acreditam que esse trabalho pode ajudar os pacientes no futuro. Além de avaliar a consciência de um paciente que sofreu um AVC ou dano cerebral, as anestesias também podem se tornar mais seguras. "Queremos entender a quebra da comunicação que ocorre no cérebro durante a inconsciência para que possamos direcionar ou monitorar com precisão esses circuitos para ter uma anestesia mais segura e restaurar esses circuitos para melhorar os resultados do coma", acredita Mashour.
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