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Cientistas descobrem como o cérebro transforma pequenas ações em hábitos

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Imagem: iStock

Do VivaBem, em São Paulo

05/03/2018 19h52

Nossa vida inclui centenas de hábitos de rotina. Você acorda e quer um gole de água, levanta e vai escovar os dentes, sempre faz um pão com manteiga para o café da manhã... E assim o dia segue, com diversas tarefas que nosso cérebro automatizou ao ponto de nem pensarmos sobre elas.

Essas ações rotineiras parecem ser uma única tarefa, como escovar os dentes, por exemplo. Mas na realidade elas são compostas de vários atos menores: pegar a escova, abrir a pasta de dente, espremer o tubo, levar a escova aos dentes, enxaguar a boca etc.

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Esse processo de agrupar atividades em uma única ação é chamado de “fragmentação”, mas pouco se sabe sobre como o cérebro junta esses comportamentos. O novo estudo, publicado no periódico Current Biology, tenta desvendar como a mente une os pequenos gestos em uma só tarefa.

Como o cérebro guarda uma rotina?

Uma parte do cérebro chamada corpo estriado é a responsável pela formação de hábitos. Há anos o grupo de pesquisa descobriu que os padrões de disparo de neurônios no estriado mudam à medida que os animais aprendem um novo hábito, como virar para a direita ou esquerda em um labirinto ao ouvir determinado som.

Na nova pesquisa, neurocientistas do MIT descobriram que certos neurônios são responsáveis por marcar o começo e o fim dessas unidades de comportamento fragmentadas. Tais neurônios disparam no início de uma rotina aprendida, ficam quietos durante a atividade, e só disparam novamente no fim da ação.

Quando o animal está apenas começando a aprender como andar no labirinto, por exemplo, os neurônios disparam continuamente ao longo da tarefa. No entanto, quando o rato melhora na missão de virar ao ouvir um barulho, o disparo dos neurônios se torna agrupado e os neurônios só disparam no início e no fim da tarefa. E uma vez que os padrões se transformam, torna-se extremamente difícil quebrar o hábito.

Os pesquisadores treinaram ratos para pressionar duas alavancas em uma sequência específica, por exemplo: 1-2-2. Os animais tiveram que descobrir qual era a sequência correta, e se o fizessem, recebiam recompensas de leite com chocolate.

Demorou algumas semanas para que os ratos aprendessem a tarefa e, à medida que se tornavam mais precisos, os cientistas viram os mesmos padrões de disparo de começo e fim se desenvolverem no corpo estriado do cérebro.

O teste oferece evidências fortes de que o padrão de disparo dos neurônios corresponde especificamente ao início e término de uma rotina aprendida.

“Acho que isso prova que o desenvolvimento de padrões serve para empacotar um comportamento que o cérebro considera valioso e vale a pena manter em seu repertório. É realmente um sinal de alto nível que nos ajuda a iniciar o hábito e o sinal final diz que a rotina foi feita”, explicou Ann Graybiel, professora do MIT que participou do estudo. 

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