Treinos de até 10 minutos são eficazes para quem quer emagrecer?
Com certeza você já trombou com algum vídeo na internet sobre treinos de até 10 minutos para emagrecer, secar a barriga, levantar o bumbum, definir o corpo todo etc. Os resultados prometidos parecem ótimos, não é? Mas será que é possível obter esses benefícios em tão pouco tempo de atividade física?
De acordo com os especialistas ouvidos pelo VivaBem, esses treinos curtos normalmente são feitos em alta intensidade --os famosos HIIT -- e realmente são eficazes para a saúde. No entanto, não dá para confiar nessas promessas de que em pouco tempo você estará com o abdome trincado. Afinal, para conseguir isso é preciso aliar exercício com boa alimentação.
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Mas dá para emagrecer com esses treinos?
Bom, primeiro é preciso entender que, grosso modo, para perder peso é necessário ter um déficit calórico. É uma questão matemática: você precisa gastar mais energia do que consome.
“Alguns processos fisiológicos estão envolvidos no balanço energético, como a taxa metabólica basal --gasto calórico para atividades básicas, como respirar. Incluir atividade física na conta é uma excelente maneira de queimar mais calorias”, fala Valéria Panissa, pós-doutoranda na EEFE (Escola de Educação Física e Esporte) da USP (Universidade de São Paulo) e pesquisadora do Grupo de Estudos e Pesquisas em Fisiologia do Exercício Intermitente de Alta Intensidade da USP.
Ou seja, não há milagre ou um treino específico com poder de detonar gordura. “Todos os exercícios de curta duração e alta intensidade promovem queima calórica. Agora, se você vai emagrecer ou não depende de como se alimenta”, esclarece Paulo Santiago, professor da EEFE da USP de Ribeirão Preto.
Treinos curtos são tão eficazes quanto os longos
Há uma série de estudos que atestam a eficácia dos treinos intensos e curtos. Um deles, publicado no PLoS One, mostrou que treinar 10 minutos traz os mesmos benefícios para a saúde que passar 50 minutos malhando.
Do ponto de vista do emagrecimento, os treinos curtos são eficazes por gerarem uma demanda calórica e metabólica mesmo após o fim das atividades. “É o que chamamos de consumo de oxigênio pós-exercício. Ao fazer 10 minutos muito intensos, seu organismo leva horas para se recuperar do esforço (mesmo que você não perceba)”, explica Erico Caperuto, educador físico e professor do programa de qualidade de vida e saúde da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo.
No entanto, segundo Panissa, a maioria dos estudos foram realizados com atividades aeróbicas e não treinos com o próprio peso do corpo, como tem aos montes no YouTube. Ou seja, os resultados não foram cientificamente comprovados.
Mesmo assim, segundo Caperuto, essa metodologia é interessante para quem não tem muito tempo disponível para treinar ou não gosta de atividades físicas e quer emagrecer em um prazo curto.
Esses treinos menores são ainda uma boa opção para melhorar a aptidão física, já que a alta intensidade obriga todo o organismo a trabalhar na potência máxima. “Por exemplo, seu coração precisa ejetar muito mais sangue porque seus músculos necessitam de mais oxigênio por unidade de tempo. No músculo, diversos sistemas de captação de oxigênio também terão que ter seu funcionamento otimizado”, explica Panissa.
O HIIT não é para todo mundo...
Para que o exercício traga o efeito esperado, quanto mais curto o treino, maior deve ser sua intensidade. Isso aumenta os riscos do treinamento. “Em tese, todo mundo pode fazer atividade física. Mas há pessoas que tem problemas de saúde e não sabem. Por isso, a importância de procurar um médico, principalmente cardiologista, já que essas atividades podem provocar um infarto ou AVC em alguém com problemas no coração”, alerta Santiago.
Os movimentos mais rápidos e intensos também podem gerar lesões ortopédicas, principalmente se não forem executados com boa técnica. “Se é um treino com muitos saltos, desce e sobe, e isso é feito em alta intensidade, a chance de trauma e contusão aumenta. Por isso, é importante o acompanhamento de um profissional de educação física”, finaliza.
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