Consumo de carne bem passada é associado a aumento da pressão arterial
Um estudo publicado esta semana pelo periódico Circulation e desenvolvido por Gang Liu, do Departamento de Nutrição da Universidade Harvard (EUA), pede cautela para quem gosta de comer carne grelhada bem passada, após descobrir que a ingestão regular --seja bovina, de frango ou peixe-- preparados dessa forma pode aumentar o risco de pressão alta --elevando as chances de derrame e doenças cardíacas.
Com isso, os pesquisadores sugerem que não é apenas o tipo de alimento que comemos que influencia a pressão arterial, mas a forma como preparamos nossa comida também tem o seu papel. Estudos anteriores já haviam documentado os danos do consumo de carnes cozidas em altas temperaturas.
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Neste último trabalho, os autores procuraram determinar se a temperatura de cozimento de carnes e peixes pode influenciar a pressão arterial. Para isso, analisaram os dados de 32.925 mulheres que faziam parte do Nurses' Health Study, 53.852 mulheres que participaram do Nurses' Health Study II, e 17.104 homens que participaram do Estudo de Acompanhamento dos Profissionais de Saúde.
Em todos esses estudos, já haviam sido coletadas informações sobre a quantidade de carne e peixe que os indivíduos consumiam a cada mês, além de como esses alimentos eram cozidos e seus níveis de cozimento. Durante um período médio de acompanhamento de 12 a 16 anos, um total de 37.123 participantes desenvolveu hipertensão.
A equipe descobriu que os indivíduos que comem carne vermelha, grelhada ou assada, além de frango ou peixe --pelo menos 15 vezes por mês-- têm 17% mais chances de desenvolver pressão alta do que aqueles que consomem esses alimentos menos de quatro vezes por mês. Entre os participantes que relataram preferir a carne bem passada, o risco de hipertensão aumentou 15%, em comparação com aqueles que consumiam carne mais mal passada.
HAAs e hipertensão
Os cientistas também estimaram os níveis de Aminas Aromáticas Heterocíclicas (HAAs) consumidas por cada indivíduo. HAAs são compostos potencialmente prejudiciais que são produzidos quando as carnes são cozidas em altas temperaturas.
Explicando os possíveis mecanismos por trás de suas descobertas, os autores dizem que HAAs e outros produtos químicos produzidos por cozimento em alta temperatura podem levar ao estresse oxidativo, inflamação e resistência à insulina, o que resulta em aumento do risco de hipertensão.
Embora esta pesquisa não possa provar causa e efeito, a equipe diz que, para baixar a pressão arterial, pode valer a pena revisar os métodos de cozimento para carne e peixe.
"Nossas descobertas sugerem que se você não comer esses alimentos bem cozidos e evitar o uso de métodos de cozimento com chama aberta e/ou alta temperatura, incluindo grelhar, ajuda a reduzir o risco de pressão alta", explicou Gang Liu, ao Medical News Today.
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