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Menos calórico que açúcar e com poder similar de adoçar: conheça o xilitol

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Imagem: iStock

Carol Salles

Colaboração para o VivaBem

27/03/2018 12h03

Uma palavra nova (e um tanto estranha) entrou há pouco tempo no vocabulário de quem costuma fazer dieta: xilitol. Trata-se de um adoçante de sabor e poder edulcorante (capacidade de adoçar) similares ao açúcar branco, mas com menos calorias, entre outras vantagens. Saiba mais sobre os tipos de açúcar e adoçante.

Tire as dúvidas mais comuns sobre o produto:

1) É natural?

Não exatamente. O produto é derivado de um açúcar chamado xilose, presente na fibra de algumas frutas e vegetais —como milho, ameixa e framboesa. Também pode ser extraído de cogumelos. Mas, para chegar à mesa em versão própria para o consumo, a xilose passa por uma série de modificações. Ou seja, apesar da origem natural da xilose, sua forma final é alterada quimicamente.

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2) Qual é a vantagem do xilitol?

Seu poder adoçante é apenas de 5 a 10% menor do que o açúcar branco, mas com menos 40% das calorias. O primeiro tem, em média, 4 calorias por grama enquanto o xilitol tem apenas 2,4. Outra vantagem é que seu índice glicêmico (velocidade com que o carboidrato se transforma em glicose no sangue) é bem mais baixo do que o açúcar branco, o que evita picos de insulina no sangue.

3) Por que é consumido por quem faz dieta low carb?

O xilitol é um açúcar-álcool (ou seja, um ingrediente híbrido formado por moléculas de açúcar e de álcool) que, embora atue como carboidrato, tem menos calorias que o açúcar comum e baixo índice glicêmico, como explicado. Portanto, é mais "leve" e uma boa opção para diminuir o consumo desse nutriente.

4) Ajuda a emagrecer?

Teoricamente, sim, já que possui menos calorias do que o açúcar branco. No entanto, vale lembrar que o emagrecimento só acontece quando há um balanço energético negativo --ou seja, quando a quantidade de energia que entra no organismo é menor do que a que é gasta. Ou seja, não adianta consumir livremente o xilitol e achar que vai perder peso. Moderação é a palavra-chave.

Outra conta que vale a pena fazer é que, embora pareça bastante, a quantidade de calorias a menos que o xilitol tem em relação ao açúcar branco podem significar pouca coisa na balança geral. Por exemplo, ao se trocar 10 gramas de açúcar pela mesma quantidade de xilitol "economiza-se" apenas 16 calorias.

5) É verdade que ele causa gases?

Sim. O xilitol, depois de consumido, é apenas parcialmente metabolizado. Uma parte é fermentada pela microbiota ao chegar ao intestino grosso. Essa fermentação, que naturalmente ocorre com o consumo de fibras alimentares, pode, dependendo da quantidade de consumo ou da sensibilidade individual, causar flatulência, distensão abdominal e até diarreia.

6) Quanto posso consumir por dia?

Não há uma quantidade estabelecida oficialmente, embora alguns especialistas recomendem que não se ultrapasse os 15 mg por quilo de peso. O bom senso também conta: não vale exagerar, já que não existem estudos sobre danos que o exagero pode causar.

7) Posso cozinhar qualquer coisa com ele?

Sim, já que ele suporta temperaturas mais elevadas de cozimento.

Fontes consultadas: Clarissa Hiwatashi Fujiwara, nutricionista do Departamento de Nutrição da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO), e Celso Cukier, nutrólogo do Hospital São Luiz e presidente do Instituto de Metabolismo e Nutrição. Os dois profissionais são de São Paulo (SP).