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Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Saiba o que é a fibrilação atrial, que fez Rômulo Estrela operar duas vezes

Estrela representa Afonso em "Deus Salve o Rei" - Marilia Cabral / Globo
Estrela representa Afonso em "Deus Salve o Rei" Imagem: Marilia Cabral / Globo

Gabriela Ingrid

Do VivaBem

27/03/2018 20h04

O ator Rômulo Estrela, 34, que interpreta o príncipe Afonso na novela “Deus Salve o Rei”, comentou que descobriu aos 24 anos que tinha um problema sério no coração, chamado fibrilação atrial, e precisou passar por duas cirurgias. A revelação foi feita durante o programa “Altas Horas” do último sábado (25).

Estrela disse recebeu o diagnóstico durante um simples exame médico: “Quando terminou a bateria de exames cardiológicos descobri que tinha um problema no coração. Fui pego [de surpresa], com 24 anos, no auge da minha saúde física, mental, com essa notícia", contou. O ator saiu da sala direto para a emergência, o que o deixou abalado: “Estava eu e meu pai, foi um choque. Fiquei sem entender muito bem, não tinha nenhum sintoma.”

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Apesar de ser mais comum em pessoas acima dos 40 anos, a fibrilação atrial pode acometer jovens, de acordo com Enrique Pachón, cardiologista e coordenador do Serviço de Arritmias Cardíacas do HCor (Hospital do Coração), em São Paulo. A medida em que a pessoa envelhece, o problema vai ficando cada vez mais frequente, atingido de 30 a 40% dos adultos acima dos 40 anos.

Na doença, o ritmo do coração se torna irregular. O órgão não se contrai adequadamente, deixando o fluxo sanguíneo mais lento. Isso favorece a formação de coágulos que, após circular pelas artérias, pode chegar ao cérebro e provocar um derrame. Esse êmbolo também pode surgir em outros pontos do corpo, causando graves problemas como trombose, isquemia nos olhos, rins, intestinos, coluna ou até nos dedos dos pés, segundo Marcelo Luiz Peixoto Sobral, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular e cirurgião cardiovascular da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

As causas são diversas e podem ir desde fatores genéticos (que podem fazer com que o indivíduo desenvolva a doença precocemente) até hábitos como o consumo excessivo de álcool ou estimulantes com cafeína. Tabagismo, hipertensão, obesidade e diabetes também podem predispor a pessoa à condição.

Amália (Marina Ruy Barbosa) e Afonso (Rômulo Estrela) em "Deus Salve o Rei" - Fotos de divulgação - Fotos de divulgação
Amália (Marina Ruy Barbosa) e Afonso (Rômulo Estrela) em "Deus Salve o Rei"
Imagem: Fotos de divulgação

Sintomas são parecidos com arritmias comuns

Assim como Rômulo Estrela, é comum não sentir sintoma nenhum e só perceber que a doença existe durante a avaliação médica. Por isso é importante visitar o médico cardiologista pelo menos uma vez por ano. Se o indivíduo ainda tiver algum histórico de doença cardiovascular, for fumante, abusar do álcool ou tiver histórico de parentes com problemas no coração, deve marcar uma consulta ao menos a cada seis ou quatro meses.

Mas como saber diferenciar uma arritmia comum de um problema grave como a fibrilação? “A arritmia ‘normal’ pode se manifestar de uma forma muito fugaz. A pessoa sente uma palpitação que dura apenas alguns segundos ou minutos. Agora, quando a palpitação passa de 20 minutos, é melhor procurar por atendimento médico”, explica Pachón. Se o paciente não toma providências nas primeiras 24 horas corre grandes riscos de ter um derrame. De acordo com o cardiologista do HCor, a fibrilação aumenta em torno de 7% as chances de uma pessoa normal ter um AVC.

Tratamento não precisa ser intrusivo

O protagonista da novela das 19h realizou duas cirurgias, porque “largou mão do tratamento” após o primeiro procedimento. Quando a fibrilação voltou, Estrela teve de fazer outra operação. “A partir daí levei o tratamento mais a sério, porque tive a notícia de que se não cuidasse disso teria que tomar remédio a vida inteira”, disse.

Geralmente, os tipos de tratamentos variam conforme a gravidade do problema. Numa etapa inicial, a doença deve ser controlada apenas com medicamentos e alguns cuidados, como parar de fumar e de beber, controlar o peso, o açúcar no sangue e a pressão arterial e fazer a atividade física. Se o paciente tiver recorrência mesmo tomando todos os cuidados, um tratamento mais específico é recomendado, como a ablação por radiofrequência, que é uma espécie de cateterismo.

A prevenção deve ser feita tendo um estilo de vida saudável para diminuir o risco de doenças cardíacas e inclui não só parar de fumar, como também realizar atividades físicas regularmente, manter um peso saudável, evitar o abuso de álcool e controlar o nível de açúcar no sangue.

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